Carnaval de 100 anos no Recôncavo com herança africana e europeia, tecelagem sagrada do pano-da-costa, diferenças e semelhanças entre Santa Bárbara e Iansã, a saga das irmãs da Boa Morte e a trajetória dos afoxés em Salvador desde 1895. Essas são algumas das temáticas abordadas nos livros do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) que já estão à disposição para acesso gratuito de qualquer interessado via download no site do Ipac.
A série Cadernos do Ipac foi disponibilizada na internet para que estudantes, professores, artistas e outros interessados tenham acesso. Os livros são compostos por fotos e textos exclusivos que integraram dossiês de registro dos bens imateriais da Bahia como Patrimônio Cultural do Estado. A Fundação Pedro Calmon apoiou a edição e a TVE fez gravações para documentários que foram distribuídos em DVD. Os temas são pano-da-costa, Festa de Santa Bárbara, Festa da Boa Morte, Carnaval de Maragojipe e Desfile dos Afoxés.
comunicacao.ba
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Este blog quer dar visibilidade e proporcionar a reflexão sobre cultura do Território Piemonte Norte do Itapicuru.
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Para encaminhar informações ou sugestões envie email para carlalidiane@yahoo.com.br
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segunda-feira, 28 de março de 2011
Caetano ataca imprensa e diz que há racismo contra Maria Bethânia
Cantor toma as dores da irmã, centro de polêmica ao poder captar R$ 1,3 milhão para blog
Caetano Veloso utilizou sua coluna no jornal O Globo para defender a irmã Maria Bethânia (Foto: Divulgação)
O cantor e compositor baiano Caetano Veloso utilizou a coluna dominical que tem no jornal carioca O Globo para defender a irmã, a cantora Maria Bethânia, que está no centro de uma polêmica nacional, quando foi divulgado que ela teve aprovado pelo Ministério da Cultura o uso de R$ 1,3 milhão captado pela Lei Rouanet para montar um blog.
Caetano acusou a revista Veja de fazer “jornalismo com o fígado”. E também acusou o jornal Folha de S.Paulo de seguir no mesmo caminho.
- A Veja logo pôs que Bethânia tinha ganho R$ 1,3 milhão quando sabe-se que a equipe que a aconselhou a estender à internet o trabalho que vem fazendo apenas conseguiu aprovação do MinC para tentar captar, tendo esse valor como teto. Os editores da revista e do jornal sabem que estão enganando os leitores.
Caetano ainda atacou os jornalistas Mônica Bergamo e Ricardo Noblat.
- Certos jornalistas precisam sentir na pele os danos que causam com suas leviandades.
A quem reclamar de sua tomada de posição, Caetano deixou bem claro que entrou na briga do lado da irmã.
- Pensam o quê? Que eu vou ser discreto e sóbrio? Não. Comigo, não, violão.
O baiano ainda lembrou projetos de outros artistas que também foram beneficiados pelo MinC.
- O projeto que envolve o nome de Bethânia recebeu permissão de captar menos do que os futuros projetos de Marisa Monte, Zizi Possi, Erasmo Carlos ou Maria Rita. Isso só para falar de nomes conhecidos [...] Por que escolher Bethânia para bode expiatório? [...] Maria Bethânia tem sido honrada em sua vida pública. Não há nada que justifique a apressada acusação de interesses escusos lançada contra ela.
Caetano ainda acusa de racista quem está contra a irmã.
- Só o misto de ressentimento, demagogia e racismo contra baianos (medo da Bahia?) explica a afoiteza [...] Se pensavam que eu ia calar sobre isso, se enganaram redondamente. Nunca pedi nada a ninguém. Como disse Dona Ivone Lara (em canção feita para Bethânia e seus irmãos baianos): “Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há?”
painelnoticias
Caetano Veloso utilizou sua coluna no jornal O Globo para defender a irmã Maria Bethânia (Foto: Divulgação)
O cantor e compositor baiano Caetano Veloso utilizou a coluna dominical que tem no jornal carioca O Globo para defender a irmã, a cantora Maria Bethânia, que está no centro de uma polêmica nacional, quando foi divulgado que ela teve aprovado pelo Ministério da Cultura o uso de R$ 1,3 milhão captado pela Lei Rouanet para montar um blog.
Caetano acusou a revista Veja de fazer “jornalismo com o fígado”. E também acusou o jornal Folha de S.Paulo de seguir no mesmo caminho.
- A Veja logo pôs que Bethânia tinha ganho R$ 1,3 milhão quando sabe-se que a equipe que a aconselhou a estender à internet o trabalho que vem fazendo apenas conseguiu aprovação do MinC para tentar captar, tendo esse valor como teto. Os editores da revista e do jornal sabem que estão enganando os leitores.
Caetano ainda atacou os jornalistas Mônica Bergamo e Ricardo Noblat.
- Certos jornalistas precisam sentir na pele os danos que causam com suas leviandades.
A quem reclamar de sua tomada de posição, Caetano deixou bem claro que entrou na briga do lado da irmã.
- Pensam o quê? Que eu vou ser discreto e sóbrio? Não. Comigo, não, violão.
O baiano ainda lembrou projetos de outros artistas que também foram beneficiados pelo MinC.
- O projeto que envolve o nome de Bethânia recebeu permissão de captar menos do que os futuros projetos de Marisa Monte, Zizi Possi, Erasmo Carlos ou Maria Rita. Isso só para falar de nomes conhecidos [...] Por que escolher Bethânia para bode expiatório? [...] Maria Bethânia tem sido honrada em sua vida pública. Não há nada que justifique a apressada acusação de interesses escusos lançada contra ela.
Caetano ainda acusa de racista quem está contra a irmã.
- Só o misto de ressentimento, demagogia e racismo contra baianos (medo da Bahia?) explica a afoiteza [...] Se pensavam que eu ia calar sobre isso, se enganaram redondamente. Nunca pedi nada a ninguém. Como disse Dona Ivone Lara (em canção feita para Bethânia e seus irmãos baianos): “Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há?”
painelnoticias
Sobrenomes africanos
O deputado federal Nelson Pelegrino apresentou ao Congresso o projeto de lei que permite à população afrodescendente adotar o sobrenome africano, seja familiar ou não, como forma de tentar resgatar a identidade e a cultura originais, que foram se perdendo ao longo dos anos. Na justificativa, o parlamentar ressalta que a cultura de matriz dos africanos que povoaram o Brasil foi se perdendo pelos novos costumes e perda dos nomes de família, substituídos por outros de origem portuguesa. “O que queremos é adotar mecanismos que facilitem o resgate dessa identidade”, disse ele, informando que o projeto foi dado entrada no início da semana e que é assinado também pelo deputado Edson Santos.
Tribuna da Bahia
Tribuna da Bahia
Coluna Justiça: O que é a Lei Rouanet?
Sebastian Mello - advogado e professor da Universidade Federal da Bahia
Por Victor Carvalho
Sebastian Mello: Pouca gente sabe, mas a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91) é uma Lei Federal de Incentivo à cultura. Tem esse nome em homenagem ao embaixador Sergio Paulo Rouanet, que foi o seu grande idealizador. A lei instituiu Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com a finalidade de captar e canalizar recursos para promover, apoiar e valorizar manifestações culturais. Por intermédio da Lei Rouanet é possível obter incentivos fiscais que possibilitam que pessoas físicas e jurídicas apliquem parte do Imposto de Renda devido em ações culturais, como uma forma de estimular investimentos privados em cultura, notadamente carente de investimentos e patrocínio.
CJ: Qualquer pessoa pode receber o apoio da Lei?
SM: Pelo texto da lei, qualquer pessoa, sim, desde que tenha um projeto que atenda aos requisitos da lei, como, por exemplo, que sejam concedidos a projetos culturais cuja exibição, utilização e circulação dos bens culturais deles resultantes sejam abertas, sem distinção, a qualquer pessoa, se gratuitas, e a público pagante, se cobrado ingresso, sendo inclusive vedada a concessão de incentivo a obras destinadas a coleções particulares ou circuitos privados que estabeleçam limitações de acesso.
CJ: Como funciona a Rouanet no caso do blog de Maria Bethânia?
SM: Na verdade, a Lei Rouanet tem características muito próprias, e eu não conheço especificamente o projeto apresentado, porém, falando nos termos do que prevê a lei, o projeto deve ter pelo menos um desses objetivos: incentivar a formação cultural e artística, fomentar a produção cultural e artística, preservar e difundir o patrimônio artístico e cultural, ou estimular o conhecimento dos bens e valores culturais. O artista apresenta um projeto ao Ministério da Cultura, que, após a análise dos diversos requisitos previstos na Lei, autoriza o autor do projeto a captar, junto a pessoas físicas e jurídicas, patrocínio para viabilizar o projeto, até um determinado limite de valor. Cumpre ressaltar que o valor autorizado pelo Ministério da Cultura não significa que o artista vai conseguir angariar tais verbas. Ele precisa batalhar junto à iniciativa privada pessoas interessadas em financiar o projeto apresentado. Muitas vezes, um artista apresenta um projeto de R$ 100.000,00 (cem mil reais), e só consegue angariar 20 ou 30 % desse valor. As pessoas físicas e jurídicas que resolverem contribuir serão beneficiadas com uma dedução no Imposto de Renda. Em outras palavras, a pessoa física ou jurídica que contribuir com o financiamento do projeto poderá utilizar o valor pago para abater do Imposto de Renda. Dessa forma, o Estado abre mão de uma pequena parcela dos impostos que iria receber para que a iniciativa privada patrocine projetos culturais e artísticos.
CJ: O incentivo para o blog pode causar algum prejuízo ao Estado ou ao contribuinte?
SM: O Estado deixará de arrecadar parte dos impostos que seriam pagos por quem investir nos projetos apresentados e aprovados pelo Ministério da Cultura. Isso não significa prejuízo. Significa que o Estado, em vez de dar o dinheiro, abre mão de parcela dos impostos. Toda a polêmica criada deveu-se ao fato de que o projeto apresentado pretender que sua divulgação seja feita através de um blog. E aí que se estabeleceu a celeuma. É notório que qualquer pessoa poderá, se quiser, fazer seu blog sem nenhum custo, como é possível que alguém grave um disco utilizando apenas seu computador, ou faça um filme amador numa câmera digital. Tudo isso é possível que se faça sem nenhum custo. Todavia, o que me parece é que não se trata de um mero blog, mas sim de uma produção de qualidade, sofisticada, com profissionais de alto nível, no qual se fará uma espécie de biblioteca virtual de poesia. Essa produção poderia ser distribuída pela TV, pelo cinema, mas como vai ser feita pela internet através de um blog, muitas pessoas pensam que, se um amador não precisa de dinheiro para montar um blog, por qual razão Bethânia precisa de R$ 1,3 milhão? Essa é uma visão reducionista do problema.
Se Bethânia fosse captar essa verba para fazer um show ou produzir um dvd, ninguém questionaria. Mas como é para fazer um blog, todo mundo reclama, afinal, é fácil fazer um blog de graça pela internet. Mas tomemos cuidado. Como já escrevi no meu próprio blog, há muitos blogs amadores, de gente interessada em assuntos específicos, sua vida pessoal ou qualquer coisa que se coloque na rede. Há blogs com textos muito bons, e há outros blogs também muito ruins, mas o fato é que são blogs amadores. Dizer que não se pode ter um custo desses para a produção de vídeos para um blog é dizer que todo blog tem que ser um instrumento simplório e amador, de que não vale a pena renúncia fiscal para divulgar um material em vídeo, de alta qualidade, pela Internet. Há certo preconceito também porque se trata de um blog que envolve poesia. Assim como existem atores amadores e profissionais, cantores amadores e profissionais, existem blogs amadores e blogs profissionais. O projeto foi analisado não apenas por integrantes do governo, mas também por membros da sociedade civil, e há orçamentos e planilhas que foram avaliadas.
CJ: É ético que o Estado destine tal monta em renúncia fiscal para criar um blog para a cantora e como isso se coaduna com o dever constitucional do Estado em relação à cultura?
SM: A poesia pode, sim, ter um espaço sofisticado e profissional na rede, desde que haja empresários dispostos a patrociná-lo. Isso é cultura? Sim. O governo pode aplicar renúncia fiscal nesse caso? Sim, pois a lei autoriza que assim se proceda. Então, por qual razão deve se achar um absurdo? Por que o preço é caro demais para um blog? Então que todo blog seja amador, e que a internet seja sempre uma repetição de conteúdos... eu, modestamente, entendo que há espaço para produções sofisticadas disponibilizadas pela rede. É certo que Maria Bethânia terá mais facilidade de obter patrocínio por ser uma artista reconhecida com uma carreira bem sucedida há mais de 40 anos, e alguém poderia perguntar se o Ministério da Cultura deveria apenas permitir projetos de artistas com menos projeção. Isso é uma visão distorcida, pois teria que se estabelecer um critério sobre o que é um artista reconhecido ou não; além disso, deve-se levar em consideração a qualidade do projeto. Eu não tenho autoridade para dizer se o projeto tem ou não tem essa qualidade, mas não acho que a possibilidade de o Estado contribuir com renúncia fiscal para a produção de um material que vai ser divulgado num blog seja uma violação dos deveres inerentes ao seu dever de incentivar as manifestações culturais, previstas no artigo 215 da Constituição.
Bahia Notícias
Por Victor Carvalho
Sebastian Mello: Pouca gente sabe, mas a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91) é uma Lei Federal de Incentivo à cultura. Tem esse nome em homenagem ao embaixador Sergio Paulo Rouanet, que foi o seu grande idealizador. A lei instituiu Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com a finalidade de captar e canalizar recursos para promover, apoiar e valorizar manifestações culturais. Por intermédio da Lei Rouanet é possível obter incentivos fiscais que possibilitam que pessoas físicas e jurídicas apliquem parte do Imposto de Renda devido em ações culturais, como uma forma de estimular investimentos privados em cultura, notadamente carente de investimentos e patrocínio.
CJ: Qualquer pessoa pode receber o apoio da Lei?
SM: Pelo texto da lei, qualquer pessoa, sim, desde que tenha um projeto que atenda aos requisitos da lei, como, por exemplo, que sejam concedidos a projetos culturais cuja exibição, utilização e circulação dos bens culturais deles resultantes sejam abertas, sem distinção, a qualquer pessoa, se gratuitas, e a público pagante, se cobrado ingresso, sendo inclusive vedada a concessão de incentivo a obras destinadas a coleções particulares ou circuitos privados que estabeleçam limitações de acesso.
CJ: Como funciona a Rouanet no caso do blog de Maria Bethânia?
SM: Na verdade, a Lei Rouanet tem características muito próprias, e eu não conheço especificamente o projeto apresentado, porém, falando nos termos do que prevê a lei, o projeto deve ter pelo menos um desses objetivos: incentivar a formação cultural e artística, fomentar a produção cultural e artística, preservar e difundir o patrimônio artístico e cultural, ou estimular o conhecimento dos bens e valores culturais. O artista apresenta um projeto ao Ministério da Cultura, que, após a análise dos diversos requisitos previstos na Lei, autoriza o autor do projeto a captar, junto a pessoas físicas e jurídicas, patrocínio para viabilizar o projeto, até um determinado limite de valor. Cumpre ressaltar que o valor autorizado pelo Ministério da Cultura não significa que o artista vai conseguir angariar tais verbas. Ele precisa batalhar junto à iniciativa privada pessoas interessadas em financiar o projeto apresentado. Muitas vezes, um artista apresenta um projeto de R$ 100.000,00 (cem mil reais), e só consegue angariar 20 ou 30 % desse valor. As pessoas físicas e jurídicas que resolverem contribuir serão beneficiadas com uma dedução no Imposto de Renda. Em outras palavras, a pessoa física ou jurídica que contribuir com o financiamento do projeto poderá utilizar o valor pago para abater do Imposto de Renda. Dessa forma, o Estado abre mão de uma pequena parcela dos impostos que iria receber para que a iniciativa privada patrocine projetos culturais e artísticos.
CJ: O incentivo para o blog pode causar algum prejuízo ao Estado ou ao contribuinte?
SM: O Estado deixará de arrecadar parte dos impostos que seriam pagos por quem investir nos projetos apresentados e aprovados pelo Ministério da Cultura. Isso não significa prejuízo. Significa que o Estado, em vez de dar o dinheiro, abre mão de parcela dos impostos. Toda a polêmica criada deveu-se ao fato de que o projeto apresentado pretender que sua divulgação seja feita através de um blog. E aí que se estabeleceu a celeuma. É notório que qualquer pessoa poderá, se quiser, fazer seu blog sem nenhum custo, como é possível que alguém grave um disco utilizando apenas seu computador, ou faça um filme amador numa câmera digital. Tudo isso é possível que se faça sem nenhum custo. Todavia, o que me parece é que não se trata de um mero blog, mas sim de uma produção de qualidade, sofisticada, com profissionais de alto nível, no qual se fará uma espécie de biblioteca virtual de poesia. Essa produção poderia ser distribuída pela TV, pelo cinema, mas como vai ser feita pela internet através de um blog, muitas pessoas pensam que, se um amador não precisa de dinheiro para montar um blog, por qual razão Bethânia precisa de R$ 1,3 milhão? Essa é uma visão reducionista do problema.
Se Bethânia fosse captar essa verba para fazer um show ou produzir um dvd, ninguém questionaria. Mas como é para fazer um blog, todo mundo reclama, afinal, é fácil fazer um blog de graça pela internet. Mas tomemos cuidado. Como já escrevi no meu próprio blog, há muitos blogs amadores, de gente interessada em assuntos específicos, sua vida pessoal ou qualquer coisa que se coloque na rede. Há blogs com textos muito bons, e há outros blogs também muito ruins, mas o fato é que são blogs amadores. Dizer que não se pode ter um custo desses para a produção de vídeos para um blog é dizer que todo blog tem que ser um instrumento simplório e amador, de que não vale a pena renúncia fiscal para divulgar um material em vídeo, de alta qualidade, pela Internet. Há certo preconceito também porque se trata de um blog que envolve poesia. Assim como existem atores amadores e profissionais, cantores amadores e profissionais, existem blogs amadores e blogs profissionais. O projeto foi analisado não apenas por integrantes do governo, mas também por membros da sociedade civil, e há orçamentos e planilhas que foram avaliadas.
CJ: É ético que o Estado destine tal monta em renúncia fiscal para criar um blog para a cantora e como isso se coaduna com o dever constitucional do Estado em relação à cultura?
SM: A poesia pode, sim, ter um espaço sofisticado e profissional na rede, desde que haja empresários dispostos a patrociná-lo. Isso é cultura? Sim. O governo pode aplicar renúncia fiscal nesse caso? Sim, pois a lei autoriza que assim se proceda. Então, por qual razão deve se achar um absurdo? Por que o preço é caro demais para um blog? Então que todo blog seja amador, e que a internet seja sempre uma repetição de conteúdos... eu, modestamente, entendo que há espaço para produções sofisticadas disponibilizadas pela rede. É certo que Maria Bethânia terá mais facilidade de obter patrocínio por ser uma artista reconhecida com uma carreira bem sucedida há mais de 40 anos, e alguém poderia perguntar se o Ministério da Cultura deveria apenas permitir projetos de artistas com menos projeção. Isso é uma visão distorcida, pois teria que se estabelecer um critério sobre o que é um artista reconhecido ou não; além disso, deve-se levar em consideração a qualidade do projeto. Eu não tenho autoridade para dizer se o projeto tem ou não tem essa qualidade, mas não acho que a possibilidade de o Estado contribuir com renúncia fiscal para a produção de um material que vai ser divulgado num blog seja uma violação dos deveres inerentes ao seu dever de incentivar as manifestações culturais, previstas no artigo 215 da Constituição.
Bahia Notícias
Artistas cobram mais teatros
Thiago Pereira
Comemorado neste domingo, o Dia Mundial do Teatro não será de festa para boa parte da comunidade artística baiana. Segundo atores e produtores locais, a atual estrutura cultural do estado tem sufocado a efervescência de montagens e limitado o potencial das produções, que enfrentam sérias dificuldades para encontrar salas disponíveis para apresentações.
"Hoje temos mais motivos para nos preocupar do que para comemorar. As produções locais não encontram espaço para montar suas peças, pois faltam salas na Bahia. Conseguir uma pauta em uma grande sala de Salvador se transformou em uma guerra.
Divulgar os espetáculos também é muito difícil, assim como conseguir patrocinadores. Os problemas ficaram tão grandes que tornou-se difícil abrir um champanhe para comemorar o Dia do Teatro", disse Lelo Filho, membro fundador da Companhia Baiana de Patifaria.
De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Cultura em 2009, a Bahia possui apenas 60 teatros, ocupando a sétima colocação em número de salas no país, atrás de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O número, no entanto, poderia ser menor, já que alguns deles estiveram para ser fechados nos últimos anos.
"Felizmente, o prédio do UEC, onde está o Teatro Jorge Amado, não vai mais a leilão. O imóvel agora está sob responsabilidade do Tribunal de Justiça, que decidiu manter o teatro intacto, e isso é muito importante para o cenário cultural do estado, que já não possui muitas salas para apresentações teatrais", disse Fernanda Tourinho, diretora artística do Teatro Jorge Amado, localizado na Pituba.
centros culturais - Para Tourinho, uma solução para ampliar o número de salas disponíveis para apresentações locais seria estruturar os centros culturais espalhados pelo estado para receber montagens órfãs de espaço.
"É uma demanda gigante, que não temos como dar conta. É preciso que a Secretaria de Cultura trabalhe a todo vapor com as estruturas que dispõe, incluindo a Fundação Gregório de Mattos e o Centro Cultural da Barroquinha, para abarcar as produções que não têm para onde ir", afirmou a diretora.
Segundo Marcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum, outro grande problema do teatro baiano é a estrutura institucional. "Tudo é muito frágil. Tratam as coisas como se fôssemos carentes e precisássemos do apoio para sobreviver.
Os artistas não se veem como uma rede produtiva, quando na verdade fazem parte de uma grande rede de economia da cultura. Tudo isso gera amadorismo e informalidade e torna a situação preocupante", pontuou.
Tribuna da Bahia
Comemorado neste domingo, o Dia Mundial do Teatro não será de festa para boa parte da comunidade artística baiana. Segundo atores e produtores locais, a atual estrutura cultural do estado tem sufocado a efervescência de montagens e limitado o potencial das produções, que enfrentam sérias dificuldades para encontrar salas disponíveis para apresentações.
"Hoje temos mais motivos para nos preocupar do que para comemorar. As produções locais não encontram espaço para montar suas peças, pois faltam salas na Bahia. Conseguir uma pauta em uma grande sala de Salvador se transformou em uma guerra.
Divulgar os espetáculos também é muito difícil, assim como conseguir patrocinadores. Os problemas ficaram tão grandes que tornou-se difícil abrir um champanhe para comemorar o Dia do Teatro", disse Lelo Filho, membro fundador da Companhia Baiana de Patifaria.
De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Cultura em 2009, a Bahia possui apenas 60 teatros, ocupando a sétima colocação em número de salas no país, atrás de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O número, no entanto, poderia ser menor, já que alguns deles estiveram para ser fechados nos últimos anos.
"Felizmente, o prédio do UEC, onde está o Teatro Jorge Amado, não vai mais a leilão. O imóvel agora está sob responsabilidade do Tribunal de Justiça, que decidiu manter o teatro intacto, e isso é muito importante para o cenário cultural do estado, que já não possui muitas salas para apresentações teatrais", disse Fernanda Tourinho, diretora artística do Teatro Jorge Amado, localizado na Pituba.
centros culturais - Para Tourinho, uma solução para ampliar o número de salas disponíveis para apresentações locais seria estruturar os centros culturais espalhados pelo estado para receber montagens órfãs de espaço.
"É uma demanda gigante, que não temos como dar conta. É preciso que a Secretaria de Cultura trabalhe a todo vapor com as estruturas que dispõe, incluindo a Fundação Gregório de Mattos e o Centro Cultural da Barroquinha, para abarcar as produções que não têm para onde ir", afirmou a diretora.
Segundo Marcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum, outro grande problema do teatro baiano é a estrutura institucional. "Tudo é muito frágil. Tratam as coisas como se fôssemos carentes e precisássemos do apoio para sobreviver.
Os artistas não se veem como uma rede produtiva, quando na verdade fazem parte de uma grande rede de economia da cultura. Tudo isso gera amadorismo e informalidade e torna a situação preocupante", pontuou.
Tribuna da Bahia
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