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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Espetáculo: A Casa das Decisões


A cidade de Senhor do Bonfim será o próximo palco para receber a comédia em dois atos: A Casa das Decisões. Uma realização do grupo Artes Cênicas Condor do município de Jacobina. O espetáculo vai acontecer no centro Cultural Ceciliano de Carvalho, neste sábado (26), às 20h00. 


SINOPSE:

A ação da peça se passa em lugar qualquer ou em uma sala onde é decidido o destino dos mortais. Estar-se-ão mortos ou vivos? Na realidade nada mais é do que uma sala de espera. Há no centro, uma cadeira com alguém que parece desfalecido.

A peça é um auto. Trata-se de uma situação que mostra uma espécie de purgatório, onde duas figuras hilárias que representam à vida e a morte discutem, enquanto tenta decidir o destino do simples mortal José com várias confusões e trapalhadas, essa peça, contém um desenrolar cômico bastante dinâmico. Como toda boa comédia não lhe falta várias revira voltas ao final.

DIREÇÃO:

Jotaesse é cartunista, dramaturgo, diretor e ator de artes cênicas. Foi operador de cinema e hoje é professor de artes.
Artista fartamente premiado, entre atuação, direção e dramaturgia já trabalhou em diversas peças teatrais, como: Ladrão Nervoso e Vítima Neurótica, Numa Delegacia de Corruptos e Atrapalhados, Era uma Vez a Morte, Hoje a Banda não Sai, El Muerto en Eldorado, O Quarto Metafísico, Na Casa das Decisões, O Túnel, A Consulta, dentre outros.

TEXTO:

Paulo Mascarenhas, Alexandre Dias e Jottaesse Lobo

ELENCO:

Edevan Souza, Samuel Hermínio, Emanuela Valois, Ednael Morais, Emanoel Farias, Arlania Sampaio, Paulo Mateus, Lainy de Sá

PRODUÇÃO:

Núcleo Aroeira de Arte


Serviço: 
O que? A CASA DAS DECISÕES (Uma comédia em dois atos)
Onde? Centro Cultural Ceciliano de Carvalho, Senhor do Bonfim - BA
Quando? 26/02, às 20hs.
Quanto? R$ 5,00

Mais informações : (74) 9199-9235
Fonte: ASCOM Aroeira
 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Momento Manguaça Cultural



Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado.
Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE'
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste).

Não basta ser pinguço, tem que conhecer!

A Cultura no eixo da Revolução Democrática


Por Tony Teófilo*

Na Bahia o programa político para a Cultura combina o fortalecimento das ações do Estado com a atuação dos diversos atores e atrizes da complexidade cultural. Isso significa favorecer a democracia, a qualificação da cadeia produtiva, a devida dedicação para o nosso acervo simbólico e produtivo das artes, bem como, a inclusão social e a formação cidadã.
O Governo do Estado vem se afirmando pela inversão das prioridades diminuindo as desigualdades sociais, incluindo para desenvolver. Essa opção estratégica conhecida no PT e na esquerda como Revolução Democrática deverá aprofundar seu caráter transformador na medida em que as mudanças vão além da inclusão econômica e social. Um novo mundo possível necessariamente terá novos valores hegemônicos na sociedade.
Na Bahia, contamos agora com a oportunidade de reafirmar e aperfeiçoar estes princípios quando o governador Jaques Wagner solicita ao Partido dos Trabalhadores protagonizar a gestão das políticas públicas de cultura em um Estado marcadamente influente no cenário nacional e mundial, mas que ainda apresenta dicotomias e carências.

A Bahia é uma referência no repertório das artes, de tradições e comunidades tão diversas que compreendem os seus 417 municípios distribuídos em 26 Territórios de Identidade. Dessa forma, esse patrimônio deve ser cuidado e alimentado de forma articulada às demais áreas de atenção básica do Estado, tais como, educação, ciência e tecnologia, direitos humanos, desenvolvimento social e comunicação.

O processo de transformação política que está em curso a partir da inclusão social e da participação popular tem avançado em um governo que promove a democracia e a cidadania. Neste contexto o direito a cultura deve ser assegurado como premissa para o desenvolvimento humano. Entretanto, deve-se ainda mobilizar na Cultura o repertório de recursos que perpassa as tensões das relações econômicas, sociais e ambientais na perspectiva de erradicar a intolerância, o preconceito e a violência em favor do diálogo intercultural e do bem-estar coletivo.

Com a criação da Secretaria Estadual de Cultura no primeiro mandato de Wagner, a inversão de prioridades nas políticas públicas de cultura se fizera tão necessária quanto urgente, orientada por uma gestão a partir dos Territórios de Identidade e da democratização de acesso aos limitados recursos.

Agora, novas atitudes deverão ser empreendidas nesta gestão, tais como podemos citar: Uma reforma na Legislação de Fomento que compreenda a complexidade das demandas; um Conselho Estadual que contemple melhor a dimensão do Estado com firme atuação; a aprovação da Lei Orgânica de Cultura; um Plano de Desenvolvimento Territorial da Cultura; o exercício da escuta permanente e acolhimento de idéias dos diversos segmentos, dos movimentos sociais, dos artistas e trabalhadores/as da Cultura. Além disso, é fundamental garantir a transversalidade com as demais áreas estratégicas do governo.

A democratização da comunicação, a comunicação pública e de qualidade, o sistema estadual (e nacional) de cultura, a vinculação de recursos orçamentários e a valorização das manifestações populares, da juventude, das mulheres, da cultura negra e indígena, são bandeiras que sempre defendemos no PT.

Assim, devemos nos espelhar nas diretrizes da Agenda 21 da Cultura para que todas as cidades baianas reconheçam nela um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável, respondendo, inclusive, tanto a problemas permanentes quanto às novas necessidades da contemporaneidade.

Por isso, Avante PT! Com a Cultura no eixo da revolução democrática!

*Tony Teófilo é graduado em Relações Públicas, membro do Setorial de Cultura do PT/Ba e assessor da deputada estadual Neusa Cadore.

Fontes:
Site do PT Nacional

Site da Democracia Socialista - http://www.democraciasocialista.org.br/ds/


Instituto quer recurso para montar cinema


Selecionado no final de 2010 para fazer parte do Cine Mais Cultura, programa do governo federal, o projeto do Instituto Cultural Mães Guerreiras da Luz, localizado no bairro Pedro Raimundo, em Juazeiro (a 50o km de Salvador), precisa de ajuda para montar a sala de cinema qde deve receber os equipamentos do Ministério da Cultura até o mês de abril. No prédio onde funciona o instituto, um espaço onde aconteciam as aulas de balé deverá ser transformado em sala para a exibição gratuita dos filmes, mas para que isso aconteça serão necessários pelo menos R$ 2 mil.
O dinheiro será aplicado na construção de uma parede, colocação de portas de vidro e forro, reforma de piso e pintura. "Precisamos de ajuda para dar andamento ao projeto e proporcionar à comunidade acesso livre ao conhecimento das obras audiovisuais, interatividade, e contribuir com a diversidade cultural e lazer saudável", afirma Zenaide Perpétua Conceição Coelho, professora aposentada e presidente do instituto.
A sala terá capacidade para 5o pessoas e a ideia é realizar pelo menos três sessões nos fins de semana se a procura for grande. Os equipamentos apenas serão enviados após a capacitação de dois jovens monitores. O curso deve acontecer em Salvador, mas
ainda não há data definida. Saulo de Tarso Santos, 18 anos, monitor de informática, está animado. "Até abril, nós deveremos seguir para aprender a mexer com os equipamentos", afirma o rapaz.
O Cine Mais Cultura atende periferias beneficiando projetos relacionados à exibição de filmes e à formação de pú
blico na área de audiovisual. O programa do Ministério da Cultura em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia tem o objetivo de popularizar o acesso às produções audiovisuais.
O programa deve levar a exibição de filmes aos municípios que não possuem salas comerciais de cinema e à população que não tem condições de pagar o ingresso. O Cine Mais Cultura já implantou 813 projetos em 672 localidades do interior.
Apoio '
Com a seleção para o Cine Mais Cultura, o Mães Guerreiras da Luz precisa de apoio de voluntários, já que não possui receita para pagar profissionais. "Precisamos de pessoas com conhecimento e vontade de doar seu tempo ao projeto. Não queremos apenas exibir os filmes, mas realizar debates e discussões, fazendo com que a comunidade desenvolva senso critico", ressalta Zenaide Coelho.
O Instituto Cultural Mães Guerreiras da Luz nasceu em 1g87 como Associação de Mães e teve ações intensificadas em 2003. Hoje, ocupando um prédio de um andar , abriga o Projeto Ponto de Leitura desde 2008 para mais de loo jovens e adultos com oficinas de balé, judô, dança, hip hop, pintura em tela e tecido, costura, literatura.
Mantém uma biblioteca, um infocentro e uma cozinha industrial. Atualmente, 12 pessoas trabalham de forma voluntária no instituto. Com o dinheiro arrecadado no Ponto de Leitura, foram compradas máquinas de costura industriais e, com a arrecadação de R$ 1 mil a cada io mil notas do Sua Nota é um Show, foram adquiridas geladeira, armários de cozinha e panelas industriais.

RIO DE CONTAS SE DESTACA NO CONCURSO CIDADE BAIANA DA CULTURA


Um ano depois de ganhar o concurso Cidade Baiana da Cultura, o município de Rio de Contas (Chapada Diamantina - Bahia) se instrumentaliza para fazer da difusão da sua cultura uma ferramenta para o desenvolvimento social. O título conquistado em 2010 garantiu a implantação de um plano cultural para a cidade, contando com a orientação e assessoria em gestão pela empresa Grupo3 - através das suas produtoras Expo 3 Exhibits e Expo Eventos, com o apoio da Secretaria de Turismo e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Rio de Contas foi a cidade escolhida entre os 17 municípios participantes do concurso em 2010. A concorrência visa valorizar a identidade cultural das cidades baianas, estimulando a criação de práticas que construam uma programação própria para cada lugar e resgatem sua herança histórica. Atualmente, a cidade conta com a orientação do Grupo3 para captar recursos para promover uma festa de carnaval misturando tradição e modernidade. Tombada em 1980 pelo IPHAN - Instituo Patrimônio Histórico Artístico Nacional, Rio de Contas é um dos três mais importantes conjuntos arquitetônicos coloniais da Bahia. A cidade foi fundada em 1745 e preserva a memória dos tempos de riqueza da Chapada Diamantina.

Em 2010, o município cumpriu o calendário proposto no concurso Cidade Baiana da Cultura, a exemplo da tradicional Festa de Corpus Christi, uma das mais importantes celebrações locais, mobilizando a participação de 15 mil pessoas. Um dos destaques da programação foi o momento religioso com o show do Padre Zezinho e a apresentação do Grupo Canindé. O Grupo3 apoiou a realização de outro ponto alto da cultura local: a festa de São João, reiterando a cidade como uma das mais atraentes e interessantes da Chapada Diamantina. A participação da cidade também foi importante na EXPOART - Feira Internacional de Artesanato, Arte, Cultura e Turismo, que ocorreu no Centro de Convenções da Bahia, com a exposição produzida pela equipe do Grupo3 para ser exibida na Vila Turística.

No Natal, município e produtora cultural estruturaram a decoração valorizando o uso de materiais reciclados, com a produção de guirlandas, casa de papai Noel, arvores, presépio e sinos. Além disto, foi criado um portal de Comunicação onde, através do endereço www.descubrariodecontas.tur.br, o público geral pode acessar informações importantes na área de serviços para quem se interessar em conhecer a cidade. "Tudo isto foi feito mesmo com a dificuldade de recursos durante o ano eleitoral, o que dificultou também a realização de uma programação mais extensiva, mas atendemos, dentro das possibilidades, aos anseios da cidade. Foi um ano muito bom para a cultura de Rio de Contas, com varias reportagens e veiculação de documentários, matérias e vídeos sobre a cidade", ressalta André Reis, coordenador do concurso.

Cidade Cultural - A experiência de estimular a preservação da identidade local e a construção de um plano para cultura de cada município por meio do Concurso Cidade Baiana da Cultura ainda é nova por aqui. O concurso aconteceu pela primeira vez no estado no ano passado e está em sua segunda edição. A participação no prêmio é aberta a todos os 417 municípios baianos e a intenção é provocar gestores e sociedade civil a apostar no que cada região tem de peculiar, de especial, do jeito de fazer somente seu.  Idealizado e realizado pelo Grupo 3, o concurso conta com o apoio da Secretaria de Turismo e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do FAZCULTURA. As inscrições estão abertas até o dia 28 de fevereiro e podem ser realizadas pelo site www.cidadebaianadacultura.com.br.

Assim como na experiência de Rio de Contas, a cidade eleita ganha visibilidade através da divulgação de seus atrativos culturais e turísticos, atrai investimentos públicos e privados nos setores de cultura, turismo e serviços e conta com o apoio das produtoras do Grupo 3 na assessoria e captação de recursos para montagem de uma programação cultural, entre outros benefícios. Em 15 dias de lançamento do concurso, já estão inscritas quatro cidades pertencentes a três territórios de identidade cultural são elas: Antonio Cardoso (Portal do Sertão), Maragogipe e Santo Amaro (Recôncavo) e Vera Cruz (Região Metropolitana). Cada município participante deverá destacar a cultura de sua própria cidade, valorizando seu patrimônio histórico e suas heranças.

O Concurso Cidade Baiana da Cultura se inspira na experiência da ministra grega Melina Mercouri que elegeu Atenas como a primeira Capital Européia da Cultura, em 1985. No Brasil, o Grupo 3 inovou ao levar o projeto para um âmbito estadual. Para o produtor cultural, idealizador e coordenador do concurso, André Reis, o projeto é de extrema relevância, principalmente para a divulgação das potencialidades culturais das cidades baianas. "A importância deste concurso em território baiano é a descoberta das riquezas culturais e patrimoniais dos municípios, como Rio de Contas, que possui um dos mais belos patrimônios preservados não somente do nosso estado, mas de todo o país, que teve sua potencialidade cultural e turística revelada e divulgada através do projeto" afirmou André. Com o concurso, o Grupo 3 reforça sua prática de propor soluções inovadoras em produção cultural e estímulo a fortalecimento das identidades regionais. 

A escolha do vencedor se dá através de uma comissão julgadora eleita pelo Grupo 3 e que contará com cinco integrantes, sendo um representante de cada uma das Secretarias de Cultura e Turismo do Estado da Bahia,  um representante do Fórum Estadual de Turismo, um integrante da Associação dos Dirigentes Municipais de Cultura da Bahia e um integrante da produtora Expo Eventos. Os convites para compor a comissão já foram enviados e os nomes dos integrantes serão divulgados através do site do evento.

Centenário de Carybé - veja nota do secretário de cultura




'Carybé é um dos artistas mais importantes da Bahia. Contribuiu para a divulgação internacional do nosso estado, colaborando com o diálogo entre as culturas, irmanando para sempre Bahia e Argentina. O artista retratou como ninguém o cotidiano de nossa capital, a cidade mais negra do continente americano, dando destaque às manifestações culturais afrobrasileiras. A Bahia se orgulha de tê-lo como patrimônio, um artista universal que inspira ainda hoje artistas de todo o mundo. Em nome do Governo do Estado, a Secretaria de Cultura parabeniza a família do artista por seu centenário, na certeza de que suas obras sempre terão uma atenção especial para que sejam preservadas para as gerações futuras.
Aproveitamos para anunciar a exposição com obras do artista que será realizada em março no Centro Cultural Solar Ferrão, no Pelourinho'.
Antonio Albino Canelas Rubim
Secretário de Cultura do Estado da Bahia
Hector Julio Paride Carybe, conhecido popularmente e artisticamente como Carybé, foi um importante artista plástico (pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista) argentino, naturalizado brasileiro. Nasceu na cidade argentina de Lanús em 7 de fevereiro de 1911, e faleceu em Salvador (Bahia) em 2 de outubro de 1997.

Apaixonado pela Bahia, Carybé tornou-se conhecido com suas obras que valorizavam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia.

Carybé fez ilustrações para livros de escritores famosos. Ilustrou a capa de livros do escritor baiano Jorge Amado e também do livro Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez. A ilustração do livro Macunaíma, de Mario de Andrade, também foi feita por Carybé.

Em 1947, Carybé trabalhou no jornal Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Entre 1949 e 1950, trabalho no jornal Tribuna da Imprensa.

Uma de suas obras mais conhecidas é o conjunto de painéis 'Os povos afros', os 'Ibéricos' e 'Libertadores' de 1988. Estas obras fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, situado no bairro da Barra Funda (cidade de São Paulo). Fez também murais para o Aeroporto Internacional de Miami

Carybé também atuou na área pública, assumindo o cargo de secretário da educação do estado da Bahia.

Salvador pode sediar abertura da Copa


Adriano Villela
"Salvador tem todas as condições de realizar a abertura da Copa de 2014”. A avaliação é do ministro do Esporte, o baiano Orlando Silva, que visitou ontem o canteiro de obras da Fonte Nova. Segundo o gestor, a capital baiana tem como vantagens ter postulado o evento, demonstrar uma unidade poder público-iniciativa privada e tem seu estádio um destacado estágio de realização. O representante do governo Federal estava acompanhado do governador Jaques Wagner, dirigente da Fonte Nova Participações, secretários e parlamentares.
Para Orlando Silva, Salvador nada tem a dever, em termos de estádio, para qualquer outra subsede. “Salvador está na linha de frente dos estádios da Copa”, disse. Em coletiva à imprensa, o ministro avaliou que Salvador está em condições plenas para abrir a Copa. A seu ver, há desafios - como a necessidade de ampliar o Aeroporto Internacional -, que estão sendo enfrentados. Ontem à tarde, Silva se reuniu com a cúpula do governo do estado, da prefeitra e de órgãos federais para debater o andamento das ações na Bahia.
Ao tratar da abertura do evento futebolístico, Jaques Wagner destacou que o projeto da Fonte Nova permite a ampliação por meio de instalações provisórias no espaço da abertura da ferradura. A alternativa é endossada pelos responsáveis por construir o novo estádio. “O objetivo é que ali comporte os acentos adicionais e eventuais outros lugares que sejam necessários pra se fazer a abertura da Copa”, confirmou o presidente da Fonte Nova Negócios e Participações, Dênio Cidreira.
Antes da coletiva, Dênio Cidreira presenteou Orlando Silva e Jaques Wagner com um quadro mostrando o atual estágio da obra e levando a assinatura dos operários que atuam nos trabalhos. O ministro recebeu também a cópia da carta que o Convention Bureau enviou à Federação Internacional de Futebol.
Jaques Wagner ressaltou um argumento político em favor de Salvador. De acordo com o governador baiano, tanto as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a atual presidente, Dilma Rousseff, priorizam o equilíbrio do crescimento entre as regiões. “Se o encerramento vai ser no Sul-Sudeste, nada mais equilibrado do que a abertura ser no Norte-Nordeste”, disse Wagner. “Nada mais simbólico do que a Copa sair da África (o último Mundial ocorreu na África do Sul, em 2010) para as terras da Bahia”.
Contingenciamento - O gestor da Bahia assegurou que nem eventuais dúvidas do Tribunal de Contas da União – que vem sendo informado dos projetos – nem o contingenciamento anunciado pelo governo federal vão atrapalhar. Na Bahia, os cerca de R$ 500 milhões previstos para mobilidade urbana já estão contratados. Wagner, inclusive, teve uma audiência com a presidente Dilma Rousseff anteontem, onde tratou desta questão e do metrô de Salvador.
Jaques Wagner considerou normal, de primeiro ano de governo. Exemplificou com o próprio exemplo – pretende contingenciar R$ 1,1 bilhão, mesmo inicando a segunda gestão seguinte.  Orlando Silva, por sua vez, relatou que, em um evento realizado em São Paulo, ouviu a própria presidente classificar a Copa do Mundo como uma de suas prioridades. O ministro do Esporte negou qualquer problema político ligado à prefeitura que venha a atrapalhar a Copa do Mundo na capital baiana.

Oportunidade para fornecedores baianos

As estacas utilizadas na primeira etapa da fundação da Arena Fonte Nova foram fornecidas por uma empresa de Feira de Santana. Esta é apenas a primeira oportunidade aproveitada por empreendedores do estado. Segundo o governador Jaques Wagner, o projeto do novo estádio foi articulado com a iniciativa privada no sentido de que 70% do material utilizado seja fornecido por empresas baianas. Quando não houver fornecedor baiano, a matéria-prima será adquirida fora.
O modelo, que objetiva adensar as cadeias produtivas do estado, já vem sendo implementado no Turismo – fornecimento para hotéis e similares. Outro nicho que surge para a economia baiana são as construções da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul, conforme noticiado na edição da última quinta-feira por esta Tribuna.
Wagner disse que o projeto da Fonte Nova buscou ainda contribuir para a valorização do Centro Antigo, unindo a área do Dique do Tororó ao Pelourinho, Terreiro de Jesus e circunvizinhos.

Além da Fonte Nova, o entorno da arena contará com uma casa de shows e um empreendimento que pode ser um shopping ou um centro de escritórios comerciais. “Atrair e manter eventos será o mais importante”, disse.
O governador baiano defendeu o valor da obra da arena (R$ 591 milhões) – o TCU questiona o montante dos recursos destinados a estádios em outros estádios, a exemplo do Maracanã, cuja reforma está orçada em R$ 700 milhões. Wagner argumenta que a Fonte Nova Negócios e Participações fez a demolição do equipamento antigo, construirá a nova arena e vai gerir o equipamento. 
“Trazendo os valores para o presente, buscou-se o formato mais inteligente”, assinala Wagner. Trazer para o presente é um conceito básico na área de gestão financeira e significa, em síntese, descontar a inflação projetada para os próximos anos com o fim de obter o poder de compra no futuro de um pagamento acertado hoje. Por exemplo: em 2014, os R$ 590 milhões aplicados na Fonte Nova vai equivaler a este montante em valores atuais menos a inflação entre fevereiro 2011-2014. O mesmo ocorre com as parcelas que o governo estadual pagará à FNNP num intervalo de 15 anos e após a finalização da obra.

Arquibancadas à vista

As arquibancadas da Nova Fonte serão erguidas a partir de maio deste ano. A previsão é do presidente da Fonte Nova Negócios e Participações, Dênio Cidreira. Desde o mês passado, a obra da Fonte Nova entrou na fase de testes de cargas e cravação de estacas pré-moldadas e passará agora para a fase de concretagem da fundação. “Quem circula por fora já consegue ver as estacas (da estrutura)”, destacou Cidreira.
 “Já podemos notar até a demarcação de onde vai ficar o campo” O presidente da FNNP acredita que a visita técnica de ontem deixou uma boa impressão às autoridades, ao mostrar o atual estágio da obra. A partir do próximo mês, serão iniciados  os trabalhos de pilares externos e montagem dos pré-moldados. Trabalham na construção do estádio da Copa 208 operários e 140 pessoas de administrativo. Em dezembro, quando a obra atinge a fase de pico, serão 1.400 trabalhadores, sendo 1.200 diretamente na obra.
A atual etapa da obra envolve 26 caminhões-caçamba, seis bate-estacas e seis escavadeiras.  Entre outubro e dezembro deste ano, quando serão executados a estrutura de concreto, intstalações e início da fase de acabamento, o projeto contará com 61 máquinas, como escavadeiras, central de concreto, guindastes, grua, caminhões betoneira, entre outras.
A Nova Fonte Nova (nome provisório) ocupará um terreno de 116 mil metros quadrados, 90 mil metros quadrados dedicados à arena multiuso e 26 mil metros quadrados para área de hospitalidade da Fifa e edifício-garagem. Terá capacidade inicial para 50 mil lugares cobertos e vagas para 2 mil carros. Em termos arquitetônicos, preservará o formato de ferradura do antigo estádio – inaugurado em 1951 e implodido em agosto de 2010 -, com abertura para o Dique do Tororó.

Racismo será combatido no carnaval de Salvador


Thiago Pereira
Crime sujeito a pena de prisão inafiançável, o racismo ainda é comum até mesmo em Salvador, cidade com maior concentração de afrodescendentes no mundo. Somente no carnaval de 2010, foram registradas 907 ocorrências de discriminação nas ruas da capital baiana, índice que contraria as ideias de democracia e diversidade da maior festa de rua do planeta.
Para combater a segregação, seja ela de raça, orientação sexual ou gênero, a Secretaria Municipal de Reparações (SEMUR) instalará na festa momesca deste ano quatro postos do Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e Combate a Homofobia, programa iniciado em 2006 que tem como objetivo mapear dados que comprovem a existência de ações discriminatórias nos circuitos carnavalescos da cidade.
Segundo o secretário da SEMUR, Aílton Ferreira, os postos serão instalados nos bairros de Ondina, Barra e Campo Grande.
As estruturas poderão receber denúncias durante todo o carnaval. O quarto observatório ficará localizado na Estação da Lapa e será o único posto permanente de Salvador. “A inauguração deverá ser realizada na última semana de fevereiro. Os soteropolitanos terão acesso à unidade em qualquer dia do ano. Notificaremos casos de racismo, homofobia e violência contra a mulher para adoção das devidas medidas legais”, disse Ferreira.
Ainda conforme o secretário, o observatório é apenas o início de uma série de ações de combate ao racismo a serem implantadas em Salvador. “No momento, estamos preparando o Estado para receber denúncias.
 Mas vamos combater o racismo de todas as formas, tendo consciência de que o Brasil nasceu na desigualdade e não é da noite para o dia que se muda isso. De início, estamos montando uma estrutura para impedir a ocorrência de qualquer tipo de discriminação. Essa luta, no entanto, deve ser adotada por todo soteropolitano, já que pertence a toda a sociedade”.
Um balcão com informações do observatório da Discriminação Racial foi montado no 1° piso do Shopping Piedade e permanece no local até este sábado, seguindo, nos próximos dias, para outros centros comerciais da capital baiana.