Seleção de trabalhos que serão exibidos no Museu de Arte Moderna da Bahia foca a quebra de conceitos e a busca por mudanças políticas a partir das artes
Claudia Pedreira - Nascido em 1921, em Krefeld, Alemanha, JosephBeuys fez coisas que muita gente duvidava.
Por exemplo, experimentou fazer arte com material orgânico, algo que hoje se pratica e se entende muito mais.
Talvez por conta de seus arroubos criativos, espalhou-se a crença, não comprovada, de que o artista começou a fazer arte com gordura após utilizar o elemento no tratamento de seus ferimentos da segunda guerra mundial, na qual atuou como membro da Luftwaff, as forças aéreas da Alemanha.
“Para se compreender a arte contemporânea, tem de se passar pela obra deste autor que quebrou paradigmas”, enaltece Solange Farkas, curadora geral da exposição Joseph Beuys – A Revolução Somos Nós, desenvolvida pelo Sesc São Paulo em parceria com a Videobrasil.
Ao considerar o artista alemão um realizador de múltiplas facetas e um grande teórico, a diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) entende que a exposição servirá como um argumento, uma resposta aos que questionam a adoção da produção contemporânea por parte desse museu.
As obras foram selecionadas para a mostra levando-se em conta o fato de que o realizador apostava na capacidade do homem de perceber e de mudar as coisas. “Todo homem é um artista”, dizia.
Seguindo este norte, o curador Antonio d\'Avossa, professor de arte contemporânea da Academia de Brera, em Milão, fala na apresentação do projeto que a produção de Beuys oscila continuamente entre a política e a estética e que “pode servir para estetizar a política quanto para politizar a estética”.
O curador realiza uma conferência na terça-feira, às 19 horas, no auditório do MAM.
Pedras por árvores Cartazes, múltiplos e vídeos encorpam a exposição, que terá cerimônia de plantio de árvores, no Jardim das Esculturas, às 17 horas da segunda-feira de abertura do evento.
O programa contará com a participação dos curadores e de representantes do Ilê Axé Opó Afonjá. A proposta é voltada para homenagear Joseph Beuys e a obra 7000 Carvalhos, que ele concebeu para a Documenta 7, em Kassel.
Com este trabalho de 1979, com o qual estimulava a substituição de sete mil pedras por sete mil árvores, o artista imaginava dar bom exemplo para comunidades do mundo. No ano de concepção da obra, Joseph Beuys tornou-se um dos membros criadores do Partido Verde da Alemanha.
Antes, como ativista político, Joseph Beuys fundou organizações políticas, como o Partido Alemão dos Estudantes, em 1967, e a Organização para a democracia Direta,em1970.No fim da vida nutria desencanto pela militância partidária.
A seleção de trabalhos artísticos exibida no MAM espelha uma fase em que o criador adere ao partido Os Verdes e funda a Organização pela Democracia Direta pelo Plebiscito e a Universidade Livre Internacional.
Capa de revista Uma fatia da obra de Joseph Beuys que chega à Bahia é representada na mostra pelos cartazes.
São 200 peças do gênero, incluindo trabalhos que refletem a amizade com Andy Warhol, ícone da pop art.
A coleção de cartazes pertence ao italiano Luigi Bonotto e é respeitada como um apanhado significativo dos 300 cartazes produzidos por Beuys entre os anos 1970 e 1980.
“Beuys tinha esta visão da arte como propaganda, não no sentido de publicidade, mas de propagação de idéias”, raciocina Solange.
De 1965 a 1986 o artista debruçou se sobre os “múltiplos”, que considerava “idéias e memórias permanentes, pontos de referência, monumentos transportáveis”.
A mostra traz 40 peças dessas, como, por exemplo, a revista Der Spiegel.
O artista surge na capa da publicação, que leva seu autógrafo.
A presença do criador no foco de suas obras, aliás, era uma tônica.
Já em Bateria Capri o centro das atenções vai para uma lâmpada que é nutrida pela energia de um... limão. O feltro, material recorrente em seu trabalho, e a madeira, servem como suporte de cartões-postais.
Também entre a coletânea de “múltiplos”, garrafas de vinho e vasilhames de azeite divulgam a Universidade Livre Internacional F.I.U. “Para ele, não se tratava de vender obras de arte em maior quantidade, mas de dar impulso a uma transformação na arte e na sociedade”, apresenta d’Avossa.
Dança com coiote Na Capela e em mais três recintos, o público de Salvador irá assistir aoconjunto de20vídeos registrados entre 1964 e 1987 e que foram organizados em ações históricas e documentários, incluindo performances do Fluxus, grupo do qual Beuys fez parte. Em I like America, de 1974, ele convive com um coiote por horas, na galeria René Block, em Nova York. No clipe Sonne Statt Reagan se apresenta com a banda Die Desserteure.
A base teórica de Joseph Beuys inspira programação educativa, teórica e prática, coordenada por nomes como Tutty Minervino e Ayrson Heráclito.
Informações sobre o conjunto de ações pelo 3117-6141.
Por exemplo, experimentou fazer arte com material orgânico, algo que hoje se pratica e se entende muito mais.
Talvez por conta de seus arroubos criativos, espalhou-se a crença, não comprovada, de que o artista começou a fazer arte com gordura após utilizar o elemento no tratamento de seus ferimentos da segunda guerra mundial, na qual atuou como membro da Luftwaff, as forças aéreas da Alemanha.
“Para se compreender a arte contemporânea, tem de se passar pela obra deste autor que quebrou paradigmas”, enaltece Solange Farkas, curadora geral da exposição Joseph Beuys – A Revolução Somos Nós, desenvolvida pelo Sesc São Paulo em parceria com a Videobrasil.
Ao considerar o artista alemão um realizador de múltiplas facetas e um grande teórico, a diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) entende que a exposição servirá como um argumento, uma resposta aos que questionam a adoção da produção contemporânea por parte desse museu.
As obras foram selecionadas para a mostra levando-se em conta o fato de que o realizador apostava na capacidade do homem de perceber e de mudar as coisas. “Todo homem é um artista”, dizia.
Seguindo este norte, o curador Antonio d\'Avossa, professor de arte contemporânea da Academia de Brera, em Milão, fala na apresentação do projeto que a produção de Beuys oscila continuamente entre a política e a estética e que “pode servir para estetizar a política quanto para politizar a estética”.
O curador realiza uma conferência na terça-feira, às 19 horas, no auditório do MAM.
Pedras por árvores Cartazes, múltiplos e vídeos encorpam a exposição, que terá cerimônia de plantio de árvores, no Jardim das Esculturas, às 17 horas da segunda-feira de abertura do evento.
O programa contará com a participação dos curadores e de representantes do Ilê Axé Opó Afonjá. A proposta é voltada para homenagear Joseph Beuys e a obra 7000 Carvalhos, que ele concebeu para a Documenta 7, em Kassel.
Com este trabalho de 1979, com o qual estimulava a substituição de sete mil pedras por sete mil árvores, o artista imaginava dar bom exemplo para comunidades do mundo. No ano de concepção da obra, Joseph Beuys tornou-se um dos membros criadores do Partido Verde da Alemanha.
Antes, como ativista político, Joseph Beuys fundou organizações políticas, como o Partido Alemão dos Estudantes, em 1967, e a Organização para a democracia Direta,em1970.No fim da vida nutria desencanto pela militância partidária.
A seleção de trabalhos artísticos exibida no MAM espelha uma fase em que o criador adere ao partido Os Verdes e funda a Organização pela Democracia Direta pelo Plebiscito e a Universidade Livre Internacional.
Capa de revista Uma fatia da obra de Joseph Beuys que chega à Bahia é representada na mostra pelos cartazes.
São 200 peças do gênero, incluindo trabalhos que refletem a amizade com Andy Warhol, ícone da pop art.
A coleção de cartazes pertence ao italiano Luigi Bonotto e é respeitada como um apanhado significativo dos 300 cartazes produzidos por Beuys entre os anos 1970 e 1980.
“Beuys tinha esta visão da arte como propaganda, não no sentido de publicidade, mas de propagação de idéias”, raciocina Solange.
De 1965 a 1986 o artista debruçou se sobre os “múltiplos”, que considerava “idéias e memórias permanentes, pontos de referência, monumentos transportáveis”.
A mostra traz 40 peças dessas, como, por exemplo, a revista Der Spiegel.
O artista surge na capa da publicação, que leva seu autógrafo.
A presença do criador no foco de suas obras, aliás, era uma tônica.
Já em Bateria Capri o centro das atenções vai para uma lâmpada que é nutrida pela energia de um... limão. O feltro, material recorrente em seu trabalho, e a madeira, servem como suporte de cartões-postais.
Também entre a coletânea de “múltiplos”, garrafas de vinho e vasilhames de azeite divulgam a Universidade Livre Internacional F.I.U. “Para ele, não se tratava de vender obras de arte em maior quantidade, mas de dar impulso a uma transformação na arte e na sociedade”, apresenta d’Avossa.
Dança com coiote Na Capela e em mais três recintos, o público de Salvador irá assistir aoconjunto de20vídeos registrados entre 1964 e 1987 e que foram organizados em ações históricas e documentários, incluindo performances do Fluxus, grupo do qual Beuys fez parte. Em I like America, de 1974, ele convive com um coiote por horas, na galeria René Block, em Nova York. No clipe Sonne Statt Reagan se apresenta com a banda Die Desserteure.
A base teórica de Joseph Beuys inspira programação educativa, teórica e prática, coordenada por nomes como Tutty Minervino e Ayrson Heráclito.
Informações sobre o conjunto de ações pelo 3117-6141.
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