2/5/2011
A convite do Prefeito Paulo Machado, a arquiteta Lu Carozo – conhecida por trabalhos urbanísticos em pelo menos três continentes – esteve em Senhor do Bonfim na última quinta-feira (28/4). Acompanhada do prefeito ela percorreu dois pontos especiais: a Praça Austricliano de Carvalho e a Praça do Acarajé, ambos na mira do governo para provável intervenção e reforma.
Para Lu, é possível recuperar e realinhar tipologias desde que se possa melhor requalificar os espaços de intervenção e atender à mobilidade urbana imposta pela realidade contemporânea. Porém, ela reivindica também algum envolvimento da comunidade, de moradores e usuários em qualquer espaço urbano. Quanto à Praça do Acarajé, o abrigo tradicional seria recuperado. E a supressão da via de trânsito, da Igreja Universal até adiante do Lava-a-jato, deve ser tratada com um calçadão e leves relevos de arquitetura paisagística. No mais, o sentido de trânsito nessa área em nada se alteraria.
Num intervalo do inesgotável diálogo entre os dois, acompanhado de perto por Mariana (espécie de lugar-tenente da artista, que anota tudo), a Ascom – Assessoria de Comunicação Social – fez breve aproximação com a arquiteta, que sabe-se ser premiada, vencedora de projeto de praça na Pituba, em Salvador, e ser autora de projetos em urbanismo e arquitetura em outros países: “França, Nepal, Espanha, China, Colômbia... e no Brasil também”, acrescentou Lu, que passou a responder às perguntas de ocasião:
Ascom – Lú, sua interação pessoal com o ambiente pode ser ainda insuficiente. Mas, já é possível colocar sua visão sobre a intervenção?
Lu Carozo – “Já posso sentir que o projeto deve ter elementos fortes da cidade de Senhor do Bonfim. É cidade bastante constituída, com boa estrutura urbana, onde há uma lógica fática no sistema de funcionamento e, também, uma situação em que o desenvolvimento acabou acumulando algumas mazelas, o que é natural. A nossa idéia é trabalhar especificamente dentro da requalificação urbana e paisagística da cidade e nessa requalificação buscar obter uma intervenção direta na qualidade de vida da população. Existem alguns elementos que são importantes, para o prefeito... Dentro da lógica da ancestralidade, do que representava a tipologia dos poderes, o poder político e o poder religioso... Estabelecer de fato um resgate entre o que simboliza o prédio da prefeitura, a catedral... Resgatar da época em que Bonfim foi criada e, dentro desses pesos, estruturarmos hoje algo que adicione uma qualidade de vida na reforma dessas praças e espaços para a população. Dentro dessa visão geral, a gente vai limpar, melhorar, aprofundar; estimular toda uma área no seu urbanismo e paisagismo valorizando algumas especificidades do morador local, para o uso de espaço público dignificado.
“A gente tem que imaginar que esse espaço vai ficar um show” (Lu Carozo, na Praça do Acarajé)
Ascom – Essa visão de área teria alguma compatibilidade com a história do local e da cidade?
Lu Carozo – Sem dúvida. O prefeito tem abordado, enfaticamente, elementos. O uso da pedra portuguesa é um exemplo, e uma série de símbolos trazidos e associados. Então, temos que ver como recolocar esses elementos dentro do concerto que a mobilidade social atual requer.
Ascom – E este abrigo: sua reconstituição em alguma conformidade com construção original é possível?
Lu Carozo – Sem dúvida. Podemos resgatá-lo. Já sei que ele faz parte da história de gerações e pessoas que moram em Bonfim e que tiveram esse abrigo como sua periferia, como uso natural de quem sai do cinema e nele vai conversar com os amigos. Hoje esse abrigo está completamente descaracterizado. O que podemos é buscar nos acervos fotográficos da cidade o que era sua morfologia física e tentar restaurar o prédio.
Ascom – Combinando com a requalificação?
Lu Carozo – Sim. Existe uma demanda, esse espaço é muito querido ao prefeito, sofre um grande apelo de público. A questão é como fazer para torná-lo correto, digno, onde a população possa se encontrar, estar e viver. Viver com dignidade.
Ascom – E questão de fazer não fazer, quando fazer?
Lu Carozo – Tudo que é feito, ou não, depende também de uma vontade política. Ela está manifesta no prefeito. Para não estagnar no sonho, qualquer realização depende também de um envelope financeiro, para que não fique no ideal.
Ascom – No projeto da totalidade desse espaço, que estamos chamando Praça do Acarajé, caberá o que?
Lu Carozo – Há hoje um respeito muito maior ao cidadão. Qualquer intervenção que façamos contemplará a mobilidade urbana: a dos pedestres, a dos portadores de deficiência física, o respeito à propriedade e os acessos de garagem estão entre os fundamentais. Água, pias, sanitários públicos, inclusive para deficientes!... Na área de bloqueio de parte da via (da Igreja Universal até adiante do Lava-a-jato) deve ter um parque infantil. Hoje muitos pais conduzem os filhos, mantendo a integração à vida de família. Cada um sai pra brincar, se divertir e os espaços adotam hoje alternativas para os filhos...
Ascom – Não! O tempo não acabou, não! (risos) E o palco?
Lu Carozo – (risos) Ah, sim (risos)... Falta discutir mais (risos)... A gente tem que imaginar que esse espaço vai ficar um show, que Bonfim vai ficar um show!
Concepções do prefeito:
“Nós convidamos Lu Carozo para que ela fizesse uma avaliação de Bonfim, da qualidade de vida dos seus espaços urbanos e, ao mesmo tempo, que fizesse dois projetos:
“Um para a Praça Austricliano de Carvalho (ao lado da Matriz), incorporando um pouco da Praça Juraci Magalhães (em frente à Prefeitura) e do largo da Matriz. Isto porque a Catedral e a Prefeitura fazem parte de um pacto colonial. No contexto da colonialidade a Igreja, detendo o poder religioso a Prefeitura (integrada de Câmara e Cadeia) detendo o poder político, não poderiam estar distantes. Essas coordenadas firmam a arquitetura dominante e qualquer concepção de reforma deve tornar esse espaço histórico mais colonial e mais habitável.
“Devolver a Bonfim um espaço mais humanitário” (Paulo Batista Machado, na Praça J. Magalhães)
“Outro para a Praça do Acarajé. Que se faça ali um calçadão. Que se dê mais higiene ao que ali é consumido. Mais plasticidade e leveza, um espaço para o convívio da família.
“Os dois são espaços sem urbanidade, muito depredados. A arquitetura em volta está coberta de reclames comerciais inadequados, agressivos. A antiga Sorveteria do Almofadinha virou apenas um bar. Queremos recuperar um pouco, em outra direção de convivência, à altura da história. Transformar o abrigo num espaço cultural, numa arena social mais aconchegante. No geral, devolver a Bonfim um espaço mais humanitário.
“A realização vai depender muito da proposta dela, uma artista cara, e das condições financeiras do município. Temos a Praça Augusto Sena Gomes na pauta, mas pretendemos realizar também essas duas intervenções até 2012”.
Governo Cuidando de Nossa Gente
Assessoria de Comunicação Social
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