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PERFIL Atualmente, Fernanda Paquelet está ensaiando o espetáculo Diário do Farol, da obra de João Ubaldo Ribeiro, lançada em 2002
Eduarda Uzêda - A intérprete de 36 anos, casada com o produtor Saulo Viana e mãe de Vitória, de 7, começou a fazer teatro profissional na adolescência, aos 13. "Nesta época, eu viajei pelo Nordeste com a peça Mateus e Mateusa, dirigida por Maria Eugênia Millet, produção do Núcleo de Teatro para Adolescente do Teatro Castro Alves e já ganhava dinheiro", justifica.
Carioca, a filha da sexóloga Maria Paquelet e do engenheiro Pedro Vasconcelos, conta que chegou à Bahia quando tinha 11 anos, junto com três irmãos.
Por causa da timidez de um deles, a mãe, por sugestão de um amigo, resolveu matricular o filho em um curso de teatro para adolescentes do TCA. Como ele disse que não iria só, a mãe também matriculou Fernanda.
"Ele nunca foi às aulas, mas eu achava tudo divertido. Quando chegava em casa contava a ele tudo que tinha acontecido, com detalhes, mas nem assim ele se animava", diverte-se.
Popularidade
Depois do curso, Fernanda entrou no grupo de teatro para adolescentes da Escola Via Magia, da qual fizeram parte, entre outros, atores como Wagner Moura e Laila Garin. No Colégio Drummond, na Pituba, onde estudou, o teatro lhe trouxe popularidade. "Logo virei uma referência", conta.
Fernanda entrou na Escola de Teatro em 1994. "Aí, minha vida mudou completamente. Até então, o foco era interpretação, mas na escola descobri a importância da cenografia, da iluminação, do figurino, da sonoplastia. A partir daí, a técnica começou a me interessar", diz.
"A Escola de Teatro vai ser sempre um lugar em que se pode falar do ofício, onde temos contato com diferentes estéticas. A classe artística deveria valorizar mais as questões técnicas e os técnicos".
Diário do Farol
Atualmente, Fernanda Paquelet está às voltas com os ensaios da montagem Diário de Um Farol, baseada no livro homônimo do baiano João Ubaldo Ribeiro. Nesse romance, um ex-padre (que não revela seu nome), decide escrever uma autobiografia. A história é de arrepiar: uma sucessão de crimes, contados por uma mente doentia.
Contemplado pelo edital Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, o espetáculo trará no elenco o ator Amarílio Sales (A Casa de Bernarda Alba/Policarpo Quaresma), que adaptou a obra literária para o teatroe será protagonista da história, além de Daniel Becker, Nayara Homem e Tatiane Carcanholo. A estreia está marcada para 1o de setembro, no Espaço Cultural Barroquinha, somente para maiores de 18 anos.
Olhar multifacetado
Para o ator Amarílio Sales, Fernanda Paquelet é extremamente conciliadora e agregadora. "Ela transita bem em todas as áreas de teatro e isto lhe confere um olhar multifacetato sobre a encenação", afirma.
Já o ator e diretor Celso Júnior, destaca que a atriz " tem a verdade estampada nos olhos, verdade que é levada para a cena". Celso destaca a versatilidade de Fernanda e o seu empreendedorismo também.
"Fernanda é bem franca, direta e objetiva. Algumas pessoas podem estranhar, mas, por outro lado, ela tem uma grande paciência em passar os seus conhecimentos. Ela sabe ensinar", afirma o ator Alexandre Moreira, irmão de Paquelet.
"Sempre que a vejo trabalhar, vejo a sua preocupação não com um ou outro aspecto, mas com o todo", complementa.
No cinema, a intérprete integrou o elenco dos filmes baianos Pau Brasil, de Fernado Beléns, no qual faz par com o ator Bertrand Duarte, e o Jardim das Folhas Sagradas, longa-metragem de ficção do cineasta Pola Ribeiro.
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