O projeto, assinado pelo arquiteto baiano João Martins, especialista em obras sacras, prevê a construção de um altar, além de instalações de estruturas provisórias que atuarão como boxes para a comercialização de artigos religiosos e lanchonetes. “A minha preocupação era não fazer somente um palco, mas um verdadeiro altar, de forma que dê uma boa visibilidade aos visitantes”, explicou.
No espaço, também serão montados banheiros e postos médicos para atender os cerca de 60 mil fiéis, conforme a estimativa do público. O custo de toda essa infraestrutura não foi divulgado, mas calcula-se um investimento de aproximadamente R$500 mil, oriundos dos cofres públicos e de empresas parceiras das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).
“Estamos convocando a sociedade para nos ajudar a viabilizar o projeto e torná-lo realidade. Quem quiser contribuir basta nos procurar”, disse a superintendente das OSID, Maria Rita Pontes. “A instituição não tem como bancar as despesas e os convites para a cerimônia não serão vendidos, mas distribuídos gratuitamente”, completou.
Segundo ela, além dos admiradores de todo o país, a beatificação do Anjo Bom da Bahia também será assistida por fiéis de todo o mundo, a exemplo de Itália e Estados Unidos, que já confirmaram algumas caravanas. “Costumo dizer que ela é uma santa do nosso tempo, por isso acredito que percorrerá um curto caminho entre a beatificação e a canonização”, salienta.
Turismo religioso
Com a beatificação da religiosa, inaugura-se em Salvador mais uma modalidade de turismo: o religioso. De olho nessa oportunidade de negócio, a Secretaria Estadual do Turismo vai investir R$ 5 milhões na requalificação urbana do Largo de Roma, onde está situado o Memorial Irmã Dulce. O local recebe todo ano cerca de 35 mil pessoas e a perspectiva é que, após a cerimônia, esse número seja três vezes maior. O titular da pasta, Domingos Leonelli, garante que a verba já está assegurada junto ao Ministério do Turismo e que as obras devem ser iniciadas ainda este ano.
Para Leonelli, a beatificação da freira, que passará a ser chamada de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, é o que faltava para a criação de um “triângulo religioso” na Cidade Baixa, ou seja, um roteiro para atrair peregrinos entre o seu Memorial, o de Irmã Lindalva e a Igreja do Bonfim. “O turismo religioso além de ter um significado filosófico é um bom negócio para a Bahia, já que atrai multidões. E o bom é que ele não se restringe apenas à Igreja Católica. As religiões evangélicas e africanas também fazem eventos grandiosos”, ressaltou o secretário
Tribuna da Bahia
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