O espetáculo Ogum, Deus e Homem, que tem estréia amanhã, mostra várias facetas do orixá guerreiro e apaixonado por Oyá
Eduarda Uzêda - Espetáculo ritualístico, pautado no teatro físico, Ogum, Deus e Homem tem estreia, amanhã, às 20 horas, no Teatro Martim Gonçalves, na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (Canela).
Trata-se da única montagem teatral do Nordeste contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, promovido pela Fundação Palmares e o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves.
Com esta montagem, a diretora Fernanda Júlia, que também dirigiu Shirê Obá, conclui o curso de Direção Teatral da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia.
Para o projeto, ela recebeu recursos de R$ 80 mil do prêmio da Fundação Palmares, mais o montante de R$ 7 mil do Calendário de Apoio da Fundação Cultural do Estado – Funceb.
A escolha do tema deveu-se à familiaridade da encenadora com questões afrorraciais e com o culto afro, no qual cresceu.
“Não vejo, não só na cena baiana, como na cena brasileira, dramaturgia que tenha orixá como foco de ação”, assinala, acrescentando que queria ver nos palcos histórias dos orixás, sendo eles os protagonistas, e não apenas o pano de fundo.
Trata-se da única montagem teatral do Nordeste contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, promovido pela Fundação Palmares e o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves.
Com esta montagem, a diretora Fernanda Júlia, que também dirigiu Shirê Obá, conclui o curso de Direção Teatral da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia.
Para o projeto, ela recebeu recursos de R$ 80 mil do prêmio da Fundação Palmares, mais o montante de R$ 7 mil do Calendário de Apoio da Fundação Cultural do Estado – Funceb.
A escolha do tema deveu-se à familiaridade da encenadora com questões afrorraciais e com o culto afro, no qual cresceu.
“Não vejo, não só na cena baiana, como na cena brasileira, dramaturgia que tenha orixá como foco de ação”, assinala, acrescentando que queria ver nos palcos histórias dos orixás, sendo eles os protagonistas, e não apenas o pano de fundo.
Tradição e modernidade
No palco, que está ambientado como um grande canteiro tecnológico (metáfora do diálogo da tradição com a contemporaneidade), desenvolve-se a história de amor de Ogum (orixá manipulador dos metais), tanto pela humanidade, como por Iansã/Oyá (orixá ligada aos ventos, senhora dos raios).
A montagem fica em cartaz até o dia 3 de outubro, com entrada franca.
A peça também é fruto da pesquisa Ativação do Movimento Ancestral, desenvolvida por Fernanda Júlia. ”Esta pesquisa parte da premissa de que o ator, em contato com o inconsciente ancestral africano, se conecta com ferramentas corporais e vocais, trazendo para o corpo a energia divina dos orixás“, acrescenta.
Para elaboração do espetáculo, não faltaram leituras de autores consagrados, como Pierre Verger, Reginaldo Prandi e Juana Elbeim Santos, além do italiano Eugenio Barba, diretor do Odin Teatret e seu teatro antropológico.
A encenadora e dramaturga também canalizou para a montagem todo conhecimento que tem sobre o tema. Neta e filha de yalorixás (mães de santo), Fernanda Júlia é yakekerê (mãe pequena, título vitalício na hierarquia do candomblé, que equivale ao braço direito da yalorixá) do Ilê Axé Oyá L´adê Inan, da Yalorixá Roselina Barbosa, localizado em Barra de Pojuca.
A montagem fica em cartaz até o dia 3 de outubro, com entrada franca.
A peça também é fruto da pesquisa Ativação do Movimento Ancestral, desenvolvida por Fernanda Júlia. ”Esta pesquisa parte da premissa de que o ator, em contato com o inconsciente ancestral africano, se conecta com ferramentas corporais e vocais, trazendo para o corpo a energia divina dos orixás“, acrescenta.
Para elaboração do espetáculo, não faltaram leituras de autores consagrados, como Pierre Verger, Reginaldo Prandi e Juana Elbeim Santos, além do italiano Eugenio Barba, diretor do Odin Teatret e seu teatro antropológico.
A encenadora e dramaturga também canalizou para a montagem todo conhecimento que tem sobre o tema. Neta e filha de yalorixás (mães de santo), Fernanda Júlia é yakekerê (mãe pequena, título vitalício na hierarquia do candomblé, que equivale ao braço direito da yalorixá) do Ilê Axé Oyá L´adê Inan, da Yalorixá Roselina Barbosa, localizado em Barra de Pojuca.
Elenco
Com texto de Fernanda Júlia e Fernando Santana, Ogum, Deus e Homem traz no papel-título o atorValPerré, intérprete baiano de teatro, cinema e televisão, quehátrêsanos residenoRiode Janeiro.
O elenco se completa com Jussara Mathias (como Oyá), Marinho Gonçalves (Xangô), Fernando Santana (Exu), Jefferson Oliveira (Adelé, filho de Ogum), Luiz Guimarães (Iku, a Morte), Clara Paixão (Nanã, a grande matriarca) e Deilton José (Oxóssi). Os intérpretes também cantam e dançam.
Na trama, Ogum, que está no plano da imaterialidade (Órun), pede a Olondumaré (ser supremo) para tornar-se humano.
Transformando-se em homem, adquire a função de transmutador, criando ferramentas e instrumentos de engenharia.
Quando se apaixona por Oyá, sofre quando esta o abandona por seu irmão Xangô.
Quando ele perde o amor de Oyá, se afasta de Irê, cidade que conquistou por um período. Ao voltar a esta cidade, ninguém o reconhece, inclusive seu filho.
“Ogum se sente ofendido e então inicia um massacre, começando a cortar a cabeça das pessoas. Quando descobre que o ritual era em homenagem a ele, se sente culpado e pede para voltar para Órun”, revela Fernanda.
O elenco se completa com Jussara Mathias (como Oyá), Marinho Gonçalves (Xangô), Fernando Santana (Exu), Jefferson Oliveira (Adelé, filho de Ogum), Luiz Guimarães (Iku, a Morte), Clara Paixão (Nanã, a grande matriarca) e Deilton José (Oxóssi). Os intérpretes também cantam e dançam.
Na trama, Ogum, que está no plano da imaterialidade (Órun), pede a Olondumaré (ser supremo) para tornar-se humano.
Transformando-se em homem, adquire a função de transmutador, criando ferramentas e instrumentos de engenharia.
Quando se apaixona por Oyá, sofre quando esta o abandona por seu irmão Xangô.
Quando ele perde o amor de Oyá, se afasta de Irê, cidade que conquistou por um período. Ao voltar a esta cidade, ninguém o reconhece, inclusive seu filho.
“Ogum se sente ofendido e então inicia um massacre, começando a cortar a cabeça das pessoas. Quando descobre que o ritual era em homenagem a ele, se sente culpado e pede para voltar para Órun”, revela Fernanda.
A escolha do tema deveu-se à familiaridade da encenadora com questões afrorraciais e com o culto afro, no qual cresceu
No palco, desenvolve-se a história de amor de Ogum, tanto pela humanidade como por Iansã/Oyá
OGUM, DEUS E HOMEM / ESTREIA AMANHÃ, 20H / TEMPORADA: 24 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO, TODOS OS DIAS (EXCETO 27/9), 20H / TEATRO MARTIM GONÇALVES (3283-7862) / RUA ARAÚJO PINHO, 292, CANELA / INGRESSOS GRATUITOS, RETIRADOS ATÉ UMA HORA ANTES DA APRESENTAÇÃO
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