O curta foi filmado na rua onde Raiane mora, em Paripe.A mãe ajudou na produção,o pai foi o segurança e fez o“rango da galera”, os vizinhos viraram figurantes. Em Filtro dos Sonhos, um garoto, cheio de esperanças de futuro, morre ao sair de casa. Para Raiane Vasconcelos, 25, tratava-se de levar a incomodação adiante. Foi seu jeito de fazer “alguma coisa” depois que soube do assassinato de um colega da Oi Kabum – Escola de Arte e Tecnologia. “Muitos jovens estão morrendo, e a impressão é que todo mundo já está acostumado, anestesiado”.O vídeo foi selecionado para o Festival Audiovisual Visões Periféricas,queacontecede18 a 24 de outubro no Rio de Janeiro. Ela fez parte da primeira turma da ONG, criada em 2004. Queria aprender fotografia, foi com o tempo se interessando por audiovisual, ao ponto de hoje declarar que seu interesse maior é cinema. Paripe já foi cenário de outros dois curtas que dirigiu, Subúrbio e Maré – Refúgio da Lua, que também participaram de festivais. Por ora, não pretende ir a outro lugar.“Quero fazer tudo lá,tem muita história que não contei ainda. E quando você inclui a comunidade, fica tudo mais fácil”. Raiane está trabalhando na Kabum e dá aulas na escola comunitária do bairro. Os vizinhos volta e meia a procuram para fotografar e filmar casamentos.
“Vou por causa do dinheiro, não gosto muito, não... Mas às vezes um ou outro, sem juízo, deixa eu fazer umas loucuras”
“Vou por causa do dinheiro, não gosto muito, não... Mas às vezes um ou outro, sem juízo, deixa eu fazer umas loucuras”
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