Palmares lança, na capital baiana, DVD que marca comemorações dos 22 anos de atividades da fundação que é ligada ao MinC
Salvatore Carrozzo - Salvador, cidade com enorme influência africana e cercada pelas águas, não poderia ser melhor cenário para o lançamento do DVD Mães D’Água – Yèyé Omo Ejá. E para apreciar o show, não é preciso ser adepto do candomblé.
“Independente de comungar ou não com a religião, o trabalho mostra as características simbólicas da mulher”, afirma Elisio Lopes Junior, que buscou a diversidade, seja na escolha das cantoras (da modernidade de Daúde à tradição de Alaíde Costa), seja na definição do repertório (do baianíssimo Dorival Caymmi ao pernambucano Lenine).
A carioca Alaíde Costa, que completará 75 anos amanhã, é alvo da admiração de Elisio. “Ela ficou muito emocionada. Elame disse que é a primeira vez que participa de um evento diretamente ligado à cultura negra’, afirma Elisio.
A concepção e operação de luz do espetáculo são assinadas por Irma Vidal. “A concepção cênica (do show) ficou muito bacana, assim como a presença da orquestra.
Essa fusão ficou bonita”, comemora Margareth Menezes, para quem o DVD tem “a cara da Bahia”.
Margareth, certamente, estaráem casa. Antes do projeto da Palmares, ela já havia cantado junto a Daúde, Mart’nália, Luciana Mello e Rosa Marya Colin.
Sobre o DVD,Margareth destaca a força das influências africanas na cultura brasileira – marca do trabalho da cantora, que apresenta Na Beira do Mar (Mateus e Dadinho) e Rainha do Mar (Dorival Caymmi), junto a Mart’nália.
Substituição Mariene de Castro diz ter sido pega de surpresa com o convite para substituir Paula Lima. “Já conhecia o projeto. O DVD está lindo, emocionante”, afirma a santo-amarense. No show no TCA, Mariene assumirá o microfone nas músicas cantadas por Paula: Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), com Luciana Mello, e Caminhos do Mar (Dorival Caymmi, Danilo Caymmi e Dudu Falcão).
Para deixar tudo bem azeitado, três dias de ensaios no TCA. “As águas encontram-se, não tem erro. E cantar para Yemanjá, que é a mãe de todos nós, é sempre uma graça”, diz Mariene, que revela identificar se com o lado guerreiro da orixá. “Infelizmente, ainda existe preconceito (em relação à cultura afro-brasileira), mas projetos como este ajudam a trazer consciência para o povo brasileiro”, diz a santo-amarense.
A parceria de Mariene com Luciana Mello é antiga – a mais recente foi no DVD O Samba me Cantou, lançado neste ano por Luciana e seu irmão, Jair Oliveira.
Praticamente baiana (nas palavras da própria artista), a filha de Jair Rodrigues destaca o a puro musical do projeto.“Essas meninas são demais”, diz a paulistana sobre as colegas com as quais dividirá o palco principal do TCA, amanhã.
Quando questionada sobre a dicotomia entre arte e “arte negra”, Luciana problematiza: “A artenão tem cor,mas não posso fugir do fato de ser uma cantora negra. O que não gosto é de rótulo”, afirma, ressaltando que as influencias de ritmos africano se afrobrasileiros em seu trabalho não a impedem de flertar com outros ritmos musicais.
Sem estereótipo Há mais de cinco anos longe dos palcos soteropolitanos, a baiana Daúde (radicada no Rio de Janeiro desde a adolescência) festeja o show – segundo ela, não restrito ao folclórico, “fora dos estereótipos do maculelê e da capoeira”, diz ela.
Daúde, que está em estúdio para gravar o quinto CD da carreira( ainda sem nome),encerra as apresentações solo. Ela canta, sozinha, Agradecer e Abraçar (Vevé Calazans). Em seguida, começa a cantar Lenda das Sereias (Vicente, Dionel e Veloso), “puxando” as outras seis artistas para o palco. Reunidas, elas fecham o show com mais uma letra a sete vozes: a emblemática canção Dois de Fevereiro (Dorival Caymmi), escolhida para fechar a apresentação com chave de ouro. Ouro branco – e azul também, em homenagem à Yemanjá.
“Independente de comungar ou não com a religião, o trabalho mostra as características simbólicas da mulher”, afirma Elisio Lopes Junior, que buscou a diversidade, seja na escolha das cantoras (da modernidade de Daúde à tradição de Alaíde Costa), seja na definição do repertório (do baianíssimo Dorival Caymmi ao pernambucano Lenine).
A carioca Alaíde Costa, que completará 75 anos amanhã, é alvo da admiração de Elisio. “Ela ficou muito emocionada. Elame disse que é a primeira vez que participa de um evento diretamente ligado à cultura negra’, afirma Elisio.
A concepção e operação de luz do espetáculo são assinadas por Irma Vidal. “A concepção cênica (do show) ficou muito bacana, assim como a presença da orquestra.
Essa fusão ficou bonita”, comemora Margareth Menezes, para quem o DVD tem “a cara da Bahia”.
Margareth, certamente, estará
Sobre o DVD,Margareth destaca a força das influências africanas na cultura brasileira – marca do trabalho da cantora, que apresenta Na Beira do Mar (Mateus e Dadinho) e Rainha do Mar (Dorival Caymmi), junto a Mart’nália.
Substituição Mariene de Castro diz ter sido pega de surpresa com o convite para substituir Paula Lima. “Já conhecia o projeto. O DVD está lindo, emocionante”, afirma a santo-amarense. No show no TCA, Mariene assumirá o microfone nas músicas cantadas por Paula: Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), com Luciana Mello, e Caminhos do Mar (Dorival Caymmi, Danilo Caymmi e Dudu Falcão).
Para deixar tudo bem azeitado, três dias de ensaios no TCA. “As águas encontram-se, não tem erro. E cantar para Yemanjá, que é a mãe de todos nós, é sempre uma graça”, diz Mariene, que revela identificar se com o lado guerreiro da orixá. “Infelizmente, ainda existe preconceito (em relação à cultura afro-brasileira), mas projetos como este ajudam a trazer consciência para o povo brasileiro”, diz a santo-amarense.
A parceria de Mariene com Luciana Mello é antiga – a mais recente foi no DVD O Samba me Cantou, lançado neste ano por Luciana e seu irmão, Jair Oliveira.
Praticamente baiana (nas palavras da própria artista), a filha de Jair Rodrigues destaca o a puro musical do projeto.“Essas meninas são demais”, diz a paulistana sobre as colegas com as quais dividirá o palco principal do TCA, amanhã.
Quando questionada sobre a dicotomia entre arte e “arte negra”, Luciana problematiza: “A artenão tem cor,mas não posso fugir do fato de ser uma cantora negra. O que não gosto é de rótulo”, afirma, ressaltando que as influencias de ritmos africano se afrobrasileiros em seu trabalho não a impedem de flertar com outros ritmos musicais.
Sem estereótipo Há mais de cinco anos longe dos palcos soteropolitanos, a baiana Daúde (radicada no Rio de Janeiro desde a adolescência) festeja o show – segundo ela, não restrito ao folclórico, “fora dos estereótipos do maculelê e da capoeira”, diz ela.
Daúde, que está em estúdio para gravar o quinto CD da carreira( ainda sem nome),encerra as apresentações solo. Ela canta, sozinha, Agradecer e Abraçar (Vevé Calazans). Em seguida, começa a cantar Lenda das Sereias (Vicente, Dionel e Veloso), “puxando” as outras seis artistas para o palco. Reunidas, elas fecham o show com mais uma letra a sete vozes: a emblemática canção Dois de Fevereiro (Dorival Caymmi), escolhida para fechar a apresentação com chave de ouro. Ouro branco – e azul também, em homenagem à Yemanjá.
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