Cantora lança CD duplo e DVD ao vivo, além de colocar no mercado disco de capoeira pelo seu selo
PEDRO FERNANDES Rio de Janeiro
Maria Bethânia está em festa com seus últimos trabalhos. Seja com aqueles em que a sua voz é a protagonista, como o CD duplo e o DVD ao vivo Amor Festa Devoção, quanto com aqueles nos quais seu nome aparece apenas nos créditos como diretora geral e artística: caso de Capoeira de Besouro, de Paulo César Pinheiro, produzido pelo selo Quitanda.
Amor Festa Devoção é resultado do show de mesmo nome dedicado à mãe da cantora, Canô, para quem as palavras do título são “ensinamentos para bem viver”. “Minha mãe foi muito sutil em nossa educação.
Cantando uma música ela nos ensinava coisas”, diz Bethânia.
Alémdoregistroaovivode18 das 22 canções dos álbuns bivitelinos Tua e Encanteria, lançados ano passado, a cantora, no novo projeto, incluiu outras 18 faixas que contemplam sucessos de sua carreira como Explode Coração (Gonzaguinha) e Reconvexo (Caetano Veloso) e outras inéditas em sua voz: Queixa (também de Caetano) e Vida (Chico Buarque).
Por se tratar de uma homenagem à mãe, os discos incluem canções que ela costumava ouvir no rádio e cantarolar pela casa como Bom Dia (Herivelto Martins) e Bandeira Branca (Max Nunes e Laércia Alves).
Compositores como Roque Ferreira, Roberto Mendes e o próprio Paulo César Pinheiro também aparecem no repertório.
Dessa maneira, a cantora faz uma colcha de retalhos que bem poderia resumir o sentido da sua carreira que sempre foi cantar, em suas palavras, “o Brasil caboclo”presente nas modas de viola, no samba-de-roda, nas missas e festas religiosas.
O que toca “O que me comove é o interiorano, o violeiro, sua lua e seu ranchinho. Já a religiosidade sempre esteve presente em minha casa, sempre cantam os músicas de louvor. Mais tarde escolhi também a religião africana onde a música é o que comanda”, explica Bethânia.
Entre os extras do DVD, além dos números gravados em palco sem plateia, Eu Velejava Sem Você (Eduardo Dussek e Luiz Carlos Goes) e Sete Trovas (Consuelo de Paula, Etel Frota e Rubens Nogueira), que representam, respectivamente, o “amor” e a “festa” do título do projeto. Há também um pequeno documentário gravado na ocasiãoem que Bethânia cantou na Basílica de Aparecida do Norte, em 2004,que representa a “devoção”.
Besouro Foi essa paixão de Maria Bethânia pelo Brasil profundo que motivou o lançamento, por meio do seu selo musical, o Quitanda, do disco Capoeira de Besouro, do parceiro de longa data Paulo César Pinheiro.
O disco reúne 14 faixas que foram escritas para a peça Besouro Cordão-de-Ouro, que conta a história do lendário capoeirista baiano.
Montadaem2006, a peça ganhou o prêmio Shell de Teatro nas categorias Música e Direção Musical.
A relação de Paulo com Besouro é antiga. A canção Lapinha, gravada por Elis Regina, que cita os versos “Quando eu morrer me enterrem na Lapinha/ Calça-culote, paletó-almofadinha”, atribuídos ao capoeirista Besouro, foi escrita quando Paulo tinha apenas 16 anos,em parceria com Baden Powell.
“O refrão de Lapinha conheci por meio do Baden, que passou muito tempo na Bahia e se aprofundou no candomblé e na capoeira.
Ele me falou do mito que era Besouro. Mas já tinha ele na cabeça, dos livros de Jorge Amado.
Fiquei com essa figura em minha vida”, diz Paulo César.
O disco é uma aula de toques de capoeira e traz a poesia de Paulo como pano de fundo. Cada canção traz um toque de capoeira.
No encarte, uma descrição em textos de Mestre Camisa, que participou das gravações tocando berimbau.
Ainda assim, o disco não tem um tom escolar. Para Maria Bethânia, não se trata de um trabalho para estudiosos. “Fui premiada pelo Paulo ao poder produzir esse disco. Ele é a cara da Quitanda,queestá voltada para esse Brasil menos urbano, mais quieto e contemplativo. Para mim é um prazer ouvir”.
Entre os próximos lançamentos do selo Quitanda está um disco com canções de Luiz Gonzaga, de diversos gêneros, exceto forró, gravadas por artistas como Zeca Baleiro e Dominguinhos.
Bethânia adianta ainda que o selo pode produzir um disco do compositor de Nazaré das Farinhas, Roque Ferreira.
A Tarde
Amor Festa Devoção é resultado do show de mesmo nome dedicado à mãe da cantora, Canô, para quem as palavras do título são “ensinamentos para bem viver”. “Minha mãe foi muito sutil em nossa educação.
Cantando uma música ela nos ensinava coisas”, diz Bethânia.
Alémdoregistroaovivode18 das 22 canções dos álbuns bivitelinos Tua e Encanteria, lançados ano passado, a cantora, no novo projeto, incluiu outras 18 faixas que contemplam sucessos de sua carreira como Explode Coração (Gonzaguinha) e Reconvexo (Caetano Veloso) e outras inéditas em sua voz: Queixa (também de Caetano) e Vida (Chico Buarque).
Por se tratar de uma homenagem à mãe, os discos incluem canções que ela costumava ouvir no rádio e cantarolar pela casa como Bom Dia (Herivelto Martins) e Bandeira Branca (Max Nunes e Laércia Alves).
Compositores como Roque Ferreira, Roberto Mendes e o próprio Paulo César Pinheiro também aparecem no repertório.
Dessa maneira, a cantora faz uma colcha de retalhos que bem poderia resumir o sentido da sua carreira que sempre foi cantar, em suas palavras, “o Brasil caboclo”presente nas modas de viola, no samba-de-roda, nas missas e festas religiosas.
O que toca “O que me comove é o interiorano, o violeiro, sua lua e seu ranchinho. Já a religiosidade sempre esteve presente em minha casa, sempre cantam os músicas de louvor. Mais tarde escolhi também a religião africana onde a música é o que comanda”, explica Bethânia.
Entre os extras do DVD, além dos números gravados em palco sem plateia, Eu Velejava Sem Você (Eduardo Dussek e Luiz Carlos Goes) e Sete Trovas (Consuelo de Paula, Etel Frota e Rubens Nogueira), que representam, respectivamente, o “amor” e a “festa” do título do projeto. Há também um pequeno documentário gravado na ocasião
Besouro Foi essa paixão de Maria Bethânia pelo Brasil profundo que motivou o lançamento, por meio do seu selo musical, o Quitanda, do disco Capoeira de Besouro, do parceiro de longa data Paulo César Pinheiro.
O disco reúne 14 faixas que foram escritas para a peça Besouro Cordão-de-Ouro, que conta a história do lendário capoeirista baiano.
Montadaem2006, a peça ganhou o prêmio Shell de Teatro nas categorias Música e Direção Musical.
A relação de Paulo com Besouro é antiga. A canção Lapinha, gravada por Elis Regina, que cita os versos “Quando eu morrer me enterrem na Lapinha/ Calça-culote, paletó-almofadinha”, atribuídos ao capoeirista Besouro, foi escrita quando Paulo tinha apenas 16 anos,em parceria com Baden Powell.
“O refrão de Lapinha conheci por meio do Baden, que passou muito tempo na Bahia e se aprofundou no candomblé e na capoeira.
Ele me falou do mito que era Besouro. Mas já tinha ele na cabeça, dos livros de Jorge Amado.
Fiquei com essa figura em minha vida”, diz Paulo César.
O disco é uma aula de toques de capoeira e traz a poesia de Paulo como pano de fundo. Cada canção traz um toque de capoeira.
No encarte, uma descrição em textos de Mestre Camisa, que participou das gravações tocando berimbau.
Ainda assim, o disco não tem um tom escolar. Para Maria Bethânia, não se trata de um trabalho para estudiosos. “Fui premiada pelo Paulo ao poder produzir esse disco. Ele é a cara da Quitanda,queestá voltada para esse Brasil menos urbano, mais quieto e contemplativo. Para mim é um prazer ouvir”.
Entre os próximos lançamentos do selo Quitanda está um disco com canções de Luiz Gonzaga, de diversos gêneros, exceto forró, gravadas por artistas como Zeca Baleiro e Dominguinhos.
Bethânia adianta ainda que o selo pode produzir um disco do compositor de Nazaré das Farinhas, Roque Ferreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário