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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Projeto Produção Cultural no Brasil será lançado no Recife

Projeto pretende estimular novas propostas para o setor.
Nesta sexta-feira, 05 de novembro, no Dia Nacional da Cultura, acontecerá no Recife o lançamento do projeto Produção Cultural no Brasil. A atividade acontece às 19h, no auditório da Regional Nordeste do Ministério da Cultura, e integra a programação do Zeppelin – Movimento Cultural do Bairro do Recife (http://zeppelinrecife.wordpress.com/).
Na ocasião, haverá um debate com a participação do diretor de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Afonso Luz, dos realizadores do Produção Cultural no Brasil, Fabio Maleronka Ferron e Georgia Nicolau, e dos produtores pernambucanos participantes do projeto, Melina Hickson, Manoelzinho Salustiano e Gilberto Freyre Neto.
O projeto “Produção Cultural no Brasil” – realizado pelo Ministério da Cultura e pela  Casa da Cultura Digital – surgiu  a partir de questionamentos sobre como está sendo vista, discutida, desenvolvida e praticada a produção cultural brasileira. Entre outros pontos analisados nesta ação, estão qual o contexto social e político da cultura – em suas variadas vertentes – em nosso país, quais conclusões podem ser extraídas dos processos passados e presentes, e se essas conclusões realmente existem.
O projeto surge para movimentar e estimular a discussão em torno desse setor que,  segundo “o estudo Sistema de Informações e Indicadores Culturais – uma parceria do MinC com o IBGE – mostrou que há mais de 320 mil empresas culturais no Brasil, que empregaram 1,6 milhão de pessoas no período de 2003-2005. Isso representou, no período, 5,7% do total de empresas no país e 4% dos postos de trabalho.” *
Ao longo de cem dias foram gravadas cem entrevistas com profissionais atuantes do setor cultural brasileiro das mais diversas áreas. Todo o material será editado e publicado em uma coleção de cinco livros, a ser lançada em novembro de 2010. Com tiragem de três mil exemplares, a coleção será distribuída à bibliotecas nacionais e universitárias e, ao mesmo tempo, ficará integralmente disponível para download gratuito na plataforma web http://www.producaocultural.org.br/.
O site, que já está no ar e teve seu primeiro lançamento oficial em setembro, no Rio de Janeiro, funciona como um espaço aberto de discussão e troca de experiências sobre o setor. Nesse momento, disponibiliza parte do conteúdo coletado e vídeos das entrevistas realizadas. Importante lembrar que os vídeos foram editados com trilha sonora original produzida pelos violonistas Yamandu Costa e Emiliano Castro e pelo saxofonista e maestro Spok.
As cem entrevistas
As entrevistas, realizadas no primeiro semestre de 2010, foram feitas com profissionais dos mais diversos segmentos e esferas. Estão lá, por exemplo, falas de artistas, de pessoas ligadas à empresas privadas, a órgãos do governo e também empreendedores não conhecidos do grande público. Entre a centena de entrevistados, estão: Gilberto Gil (ex- Ministro da Cultura), Francisco Weffort (ex-Ministro da Cultura, Moraes Moreira (cantor e compositor), José Celso Martinez Corrêa (ator, diretor e dramaturgo), Eduardo Tolentino (diretor e dramaturgo), Paulo Borges (idealizador e realizador da São Paulo Fashion Week) e Mauricio de Sousa (empresário e criador da Turma da Mônica). Estão também Alfredo Manevy (Secretário Executivo do Ministério da Cultura), Carlos Augusto Calil (Secretário Municipal de Cultura de São Paulo),) e Marcio Meirelles (Secretário de Cultura do Estado da Bahia), bem como José Paulo Soares Martins (Diretor do Instituto Gerdau), Eduardo Saron (Superintendente do Instituto Itaú Cultural) e Luiz Carlos Barreto (proprietário da LC Barreto). Danilo Santos de Miranda (Diretor do SESC SP), MC Leonardo (MC e Presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk), Adhemar Oliveira (exibidor e fundador do circuito Espaço de Cinema), Juliano Basso (produtor do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros), Sergipe (especializado em alimentação nos sets de cinema) e a restauradora Florence Maria White de Vera também falaram à equipe do Produção.
O que norteia o projeto é a ideia de que o resultado é processo e não um ponto final. O material digital (online) possibilitará, para além de um alcance maior, acessibilidade, apropriação e liberdade para discussão em âmbito global. Além dos livros, da disponibilidade das entrevistas no site e da plataforma online de conversação em torno do conteúdo, há uma série de extensões do Produção Cultural no Brasil pelas redes sociais. Há espaço para discussão, sugestão e reflexão no Twitter (hashtag #prodculturalbr), Facebook, Cultura Digital (#culturadigitalbr), Flickr, Delicious (tag prodculturalbr), Vimeo (entrevistas em vídeo organizadas num canal próprio e disponíveis para download) e Wordle (visualização mais eficiente das palavras mais faladas de todas as entrevistas).
O Produção Cultural no Brasil busca apontar trabalhos e conceitos desenvolvidos pelos mais variados profissionais atuantes no campo da produção cultural, permitindo resgatar criticamente a experiência acumulada por esses entrevistados, além de evidenciar novos entendimentos sobre os papéis dos atores do setor cultural. Ao mesmo tempo, reflete sobre os rumos da cultura brasileira, abrindo e ampliando espaço para o debate e desenvolvimento de novas perspectivas.
* Fonte: Cultura em números: anuário de estatísticas culturais 2009. – Brasília: MinC, 2009.

culturadigital.br/mincnordeste

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