As feiras são espaços fascinantes, tanto pelo dinamismo quanto
pelas configurações e expressões nela presente. São espaços atemporais e cuja existência sempre esteve ligada a religiosidade, a comercialização, a recreação, a comunicação e expressão do povo. As feiras possibilitam o conhecimento, a contemplação, a reflexão, a oferta e a aquisição de conhecimento, relações, bens de consumo alimentício, utilitário, ornamental e cultural. Tudo isso a torna um espaço social dinâmico que se cria e se recria a cada nova montagem, resultado da participação de cada agente nela envolvido, independente da função que ali exerce. Por isso mesmo alguns já a consideram um movimento e não mais um espaço, atribuindo a ela o poder de, por sua ação, gerar reações sociais diversas nas comunidades por ela envolvidas, que podem levar desde o sentimento de conforto e bem estar até a formação de novos núcleos populares, como nos conta a história. Toda esta circulação de agentes sociais e de seus produtos favorece o desenvolvimento do diálogo, base da essência comercial da feira, diálogo que gera troca de saberes, sabores, princípios de vida e de vivência...
... Assim foi a Feira Cultural de Senhor do Bonfim realizada no domingo, 30 de janeiro, no Centro Cultural Ceciliano de Carvalho. Um espaço onde agentes culturais do Território Piemonte Norte do Itapicuru foram referências recíprocas entre si e com o público. Um espaço onde o diálogo se impôs com o poder que tem, com dinâmicas distintas. Ora formais, ora informais, mas sempre fundamentadas na vivência dos grupos ao longo de todas e de cada uma de suas histórias. Diálogo cultural, oral, corporal, visual, permanente, multifacetado.
Houve momento para a linguagem musical, culinária, artesanal (do pano, do cipó e das contas), afrobrasileira, cênica (do circo e do teatro), cinematográfica, agrícola, artístico-visual (da fotografia e da pintura), dos gêneros, e literária. Um dia para apreciar, discutir e curtir a cultura regional.
Além do Grupo Legbá, organizador do evento, estiveram presentes os grupos Aroeira Cênica, EBA (Em Busca da Arte), Licuri Limão Produções, ONG Cactus, ONG Educoop, jornalista e fotógrafo Álvaro Luiz, a representante territorial de Cultura Carla Lidiane, jornalista Antonio Britto, atriz Conceição Lins, o voz e violão Jardel Moreira, o prefeito Paulo Machado, Casa do Aprendiz Urupês (Caumis), de Missão do Sahy e tantos e tantos outros.
O público ainda foi pequeno, aspecto em que deixou a desejar, como em geral tem acontecido com muitos eventos e promoções culturais na região. As pessoas cobram que não há oportunidade de lazer cultural, que não há desenvolvimento e promoção nesta área. Mas ainda são poucos os que comparecem aos acontecimentos culturais. Esse é um evento importante no cenário da reflexão e da visibilidade da cultura bonfinense e da região, mas não obteve a resposta que desejada. O seleto público pôde ao longo do dia deliciar-se com a riqueza proporcionada pela Feira, que não foi a primeira, mas deixou um gostinho de quero... a segunda, a terça, a quarta, a quinta, a sexta e também o sábado dedicados a Cultura, além do santo domingo, claro. Até a próxima e que seja breve!
Um comentário:
Parabéns ao grupo Legbá, que organizou, os grupos que participaram e à representante territorial, você, Carla. É assim que tem que ser, estar presente e se possível colaborar na produção. É uma pena que mesmo com presença da TV o público foi pequeno. Mas não devemos desistir, mas insistir, fazer mais eventos que o público vem. De imediato só se tivesse bundinha balançando, infelizmente!
Abreijos a todos e torcida pra novas feiras, mostrar e etcs.
Jotacê
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