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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“A gente somos inútil” ? Por Amália Cruz

Atualmente, discute-se muito sobre a cultura, porém pouco se discute o seu significado.   Entretanto, para abordarmos o conceito de cultura faz-se necessário tratar da prática social que permite entender o que é cultura. Segundo Cruz:
Nossa premissa é o entendimento do trabalho[2] como o elemento fundante do ser social. Por meio do trabalho homens e mulheres estabelecem relações, construídas diariamente na sua relação com a natureza, consigo próprios e com os demais seres humanos. O trabalho fez o homem[3], ou seja, o processo de hominização não é algo natural, mas histórico e expressa o desenvolvimento do ser social. (2009, p. 30)

Portanto, cultura é tudo aquilo que construímos por meio do trabalho, intervindo de forma consciente na sociedade na qual vivemos. Como exemplo, podemos observar o que se transformou a festa de São João. O intuito era o de agradecer ao santo padroeiro a colheita, a comida. Há tempos este festejo que era sagrado, foi se tornando profano. Hoje, temos uma indústria do entretenimento que abarca também eventos como as festas de são João.
Então, será que não devemos nos perguntar como isso aconteceu, por que, para que e pare quem? Será que sempre foi assim e vai continuar assim? Ou ainda o que o sistema hegemônico, qual seja o capitalismo tem a ver com isso?
Faz um tempo que estamos apáticos, aceitando as coisas como natural, como se tudo fosse progresso. Deixamos de participar de forma crítica da vida política, local, nacional e internacional e mesmo assim não nos cansamos de afirmar que vivemos em uma sociedade democrática. Mas será?
Nunca a humanidade produziu tanta tecnologia em diversas áreas, tais como: alimentícia, nuclear, educacional, esportiva, midiática, captação de recursos energéticos. Porém, atualmente, nunca tantas pessoas estiveram sem acesso a estes recursos. Há estimativas que 1 bilhão de pessoas morrem de fome no mundo; há pelo menos 75 conflitos bélicos armados; o meio ambiente vem sendo violentamente destruído pelos interesses capitalistas (PARAISO, 2006).
No caso do Brasil, o trabalho escravo continua; a reforma agrária que nos países desenvolvidos foi feita até pelo menos na metade do século XIX, no Brasil esse assunto é um tabu. Essas exemplificações refletem o tipo de cultura a que estamos submetidos e que influenciam, sobremaneira, a forma como concebemos “os nossos festejos”.
A juventude que deveria ser formada a partir das orientações das políticas públicas elaboradas pela União, Estados e Municípios, infelizmente está à mercê dos interesses do capitalismo em crise, sendo que as sucessivas tentativas de manutenção e expansão do lucro continuam a guiar as micro políticas em detrimento do bem estar da humanidade.
Enfim, a juventude não pode ser responsabilizada pela sua formação. Portanto, assuntos como prostituição, alcoolismo, a questão estética, a presença ilimitada nos meios virtuais e ausência sentida nos espaços que exijam contato físico são problemas do nosso tempo e que merecem atenção!
REFERÊNCIAS:
CRUZ, Amália Catharina Santos. O EMBATE DE PROJETOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA: além da dualidade licenciatura – bacharelado. 151 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
PARAISO, Cristina Souza. A educação física na escola pública: realidade e possibilidades de superação das contradições da prática pedagógica. 2006. 67 p. Monografia (Especialização) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.


[1] Alusão à música do grupo musical ULTRAJE A RIGOR – “INÚTIL”. Composição Roger Moreira, 1983.
[2] Grifo nosso.
[3] Homem aqui se entende como o sentido de humanidade, ou seja, englobando mulheres e homens.



Veja mais textos de Amália Cruz:
http://taza.com.br/docentrodatempestade/

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