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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Projeto de mapeamento de filmografia baiana inaugura nova etapa


Filmografia Baiana: Memória Viva já listou 1.412 obras (entre curtas e longas) e disponibilizou as informações em um site

SALVATORE CARROZZO

Com o objetivo de reunir dados sobre todos os filmes já produzidos no Estado, a pesquisadora Laura Bezerra pretende concluir, até março de 2011, a segunda etapa do projeto Filmografia Baiana: Memória Viva, quemapeouos produtos audiovisuais feitos na Bahia, seguindo os critériosdaFederação InternacionaldeArquivosFilmográficos.

As informações estão disponíveis no site www.filmografiabaiana.com.br.

A primeira fase do projeto, realizadaem2008, reuniu e disponibilizou, para consulta pública, informações gerais sobre as obras, como ano de realização, diretor, suporte (película ou digital), companhia produtora e duração, além de outros dados básicos.

Agora, na segunda fase, Bezerra pretende ir além. A ideia doprojeto éaumentarovolume de informações relativas aos filmes.

Os trabalhos terão como foco o período que vai de 1959 – ano do primeiro longa-metragem baiano (Redenção, de Roberto Pires) – a 2010.

Até dezembro de 2008, a produção baiana contabilizava 1.412 filmes. Destes, 946 são curtas (até 59 minutos de duração) e 42 são longas (mais de uma hora). Há ainda 31 cinejornais, produzidos nas primeiras décadas do século passado.

“A conta não fecha numericamente porque temos alguns filmes nas categorias videoarte e videoclipe, além de alguns filmes de gênero ou metragem desconhecida”, explica Bezerra, acrescentando que tais discrepâncias são normais no processo de documentação.

Preservação O lançamento da segunda etapa ainda em 2010 é emblemático por conta do centenário daquele que é tido como o primeiro filme baiano (o curta Regatas da Bahia, de Diomedes Gramacho, José Dias da Costa). Não existem cópias dos filmes – nos primórdios do cinema, os rolos constantemente sofriam combustão espontânea, por conta do material (nitrato).

A ideia de Filmografia Baiana, na verdade, nasceu além-mar.

Laura trabalhou em um projeto similar no Instituto Alemão de Cinema.“Quando voltei, vi que não tínhamos se quer a noção de quantos filmes foram produzidos na Bahia”, observa Laura.

O cineasta e professor da Ufba Umbelino Brasil acredita que o projeto é válido (a ressalva dele é justamente sobre a falta de mais informações) e acrescenta: faltam políticas públicas específicas para a preservação da memória audiovisual.

A opinião de Umbelino encontra eco no crítico e empresário Cláudio Marques (Espaço Unibanco de Cinema). “Não vejo o governo e a sociedade mobilizando-se para isso [conservação das obras e informações]”, diz Marques, ressaltando, entretanto, algumas ações pontuais. “Nunca avançaremos sem conhecer antes o que já foi feito”, conclui.
A Tarde

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