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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O mundo fica mais triste sem a comicidade de Monicelli


Homenagem - Cineasta que se matou aos 95 anos marcou a história do cinema
Mesmo aos 95 anos, Mario Monicelli ainda daria suas inestimáveis contribuições ao cinema, pois estava em atividade quando descobriu o câncer, que vinha tornando dolorosos os seus últimos dias. Para ele, um homem que viveu do riso, devia ser insustentável encarar a agonia da doença.

Monicelli se jogou da janela do quinto andar do hospital San Giovanni,na capital italiana, onde se recuperava de um câncer de próstata. Era segunda-feira à noite.

É certo que Monicelli nunca esteve à altura dos grandes mestres do cinema italiano e mundial.

Federico Fellini, Roberto Rossellini e Pier Paolo Pasolini, por exemplo, são vultos muito mais significativos para a sétima arte do que Monicelli. Mas o cinema italiano e acomédia,em geral, não seriam os mesmos sem a sua criatividade.

O grande marco, aliás, do estilo narrativo conhecido como com media all\'italiana é justamente o seu primeiro grande sucesso, Os Eternos Desconhecidos (I soliti ignoti, 1958), que trazia no elenco o talentoso Vittorio Gassman e o humorista Totó, além de Renato Salvatori e a musa Claudia Cardinale.

A grande novidade do seu cinema é o exercício da graça, do humor, sem esquemas sofisticados, apostando no potencial das situações cômicas, nos recursos e características de cada intérprete.

Filmava sem subterfúgios, ancorando-se na força das histórias e não se furtando à tentação de deixar que a sua sensibilidade para a piada encontrasse os próprios atalhos.

Obras como O Incrível Exército Brancaleone (L\'armata Brancaleone, 1966) ganharam o seu lugar definitivo no imaginário cinematográfico mundial por suas gags tão cheias de transpiração.

O ridículo é sempre fonte do riso sem freios, sema presença da culpa e dos racionalismos.

Brancaleone é um Quixote sem a nobreza poética de Cervantes, mas com o mesmo potencial cômico.

Com A Grande Guerra (La Grande Guerra, 1959) ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e também uma indicação ao Oscar. Com Os Companheiros (I Compagni, 1963) mereceria esta distinção de Hollywood, com o tipo de tema que mais tarde desabrocharia na trilogia iniciada com Meus Caros Amigos (Amici Miei, 1975) sobre um grupo de simpáticos gatunos.

Foi com obras assim que Mario Monicelli exibiu um humor rasgado e delicioso, somente possível naquele tempo em que a “patrulha do politicamente correto”ainda não existia.Deixa saudade.

EFE Mario Monicelli criou um jeito próprio de fazer comédia no cinema e também tem filmes em outros gêneros. O legado de sua obra é rico Um criador obstinado que realizou mais de 60 filmes DA REDAÇÃO Mario Monicelli nasceu em 15 de maio de 1915, na cidade de Viarregio,naItália. Iniciou-seno cinema em 1934, quando dirigiu o curta-metragem Cuore Rivelatore ao lado do amigo Alberto Mondadori.

A partir de 1954, começou sua produção individual ajudando na filmografia da Itália no pós-guerra. Em 1958, Monicelli reuniu um grande elenco em seu filme Os Eternos Desconhecidos.

O trabalho trouxe nomes como Vittorio Gassman, Marcello Mastroiani, Totó e Cláudia Cardinale.

Inaugurava-se o que depois veio se chamar com media all’italiana, baseada em elementos tipicamente daquele país e de seu povo.

Monicelli tem mais de 60 trabalho sem sua filmografia. Dentre os mais recentes, Le Rose del Deserto (2006), Firenze, il Nostro Domani (2003) e Lettere dalla Palestina (2002).

Vingança Para prestar uma justa homenagem ao cineasta Mario Monicelli, a Sala Alexandre Robatto (Biblioteca Central dos Barris) exibe o filme Un Borghese Piccolo Piccolo, de 1977, um dos clássicos do criador italiano.

Un Borghese Piccolo Piccolo fica em exibição desta sexta-feira até o dia 9 de dezembro, com duas exibições diárias, às 15h30 e às 18 horas. A entrada é franca e a censura, 16 anos.

O filme conta a história de Giovanni Vivaldi, uma pessoa, inicialmente, sem grandes ambições.

Mas quando seu filho, Mario, é morto por assaltantes de banco, Giovanni é arrancado bruscamente de seu paraíso pessoal e tomado por um incontrolável e sangrento desejo de vingança.

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