Thiago Pereira
Crime sujeito a pena de prisão inafiançável, o racismo ainda é comum até mesmo em Salvador, cidade com maior concentração de afrodescendentes no mundo. Somente no carnaval de 2010, foram registradas 907 ocorrências de discriminação nas ruas da capital baiana, índice que contraria as ideias de democracia e diversidade da maior festa de rua do planeta.
Para combater a segregação, seja ela de raça, orientação sexual ou gênero, a Secretaria Municipal de Reparações (SEMUR) instalará na festa momesca deste ano quatro postos do Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e Combate a Homofobia, programa iniciado em 2006 que tem como objetivo mapear dados que comprovem a existência de ações discriminatórias nos circuitos carnavalescos da cidade.
Segundo o secretário da SEMUR, Aílton Ferreira, os postos serão instalados nos bairros de Ondina, Barra e Campo Grande.
Segundo o secretário da SEMUR, Aílton Ferreira, os postos serão instalados nos bairros de Ondina, Barra e Campo Grande.
As estruturas poderão receber denúncias durante todo o carnaval. O quarto observatório ficará localizado na Estação da Lapa e será o único posto permanente de Salvador. “A inauguração deverá ser realizada na última semana de fevereiro. Os soteropolitanos terão acesso à unidade em qualquer dia do ano. Notificaremos casos de racismo, homofobia e violência contra a mulher para adoção das devidas medidas legais”, disse Ferreira.
Ainda conforme o secretário, o observatório é apenas o início de uma série de ações de combate ao racismo a serem implantadas em Salvador. “No momento, estamos preparando o Estado para receber denúncias.
Mas vamos combater o racismo de todas as formas, tendo consciência de que o Brasil nasceu na desigualdade e não é da noite para o dia que se muda isso. De início, estamos montando uma estrutura para impedir a ocorrência de qualquer tipo de discriminação. Essa luta, no entanto, deve ser adotada por todo soteropolitano, já que pertence a toda a sociedade”.
Um balcão com informações do observatório da Discriminação Racial foi montado no 1° piso do Shopping Piedade e permanece no local até este sábado, seguindo, nos próximos dias, para outros centros comerciais da capital baiana.
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