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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Devotos criticam perda de tradição na Lavagem do Bonfim


TÁSSIA CORREIA

Na próxima quinta-feira, dia 13 de janeiro, a Colina Sagrada ficará pequena para o número de devotos e foliões da tradicional Lavagem do Bonfim.

A cada ano, aumenta visivelmente o volume de participantes dos festejos, mas conhecedores e amantes da tradição alertam: "Nem só de gente na rua vive uma festa popular".

As críticas são sobre a falta de apoio do poder público e sobre a perda das tradições. A avaliação do produtor cultural, colecionador e admirador das festas populares Dimitri Ganzelevitch é enfática: "Hoje a festa de largo é um trampolim para se vender cerveja.

Com isso, Salvador perde cultura e perde dinheiro. É uma riqueza indo embora", disse.

Descaracterização Tesoureiro da Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim e historiador, Luiz Geraldo Carvalho avalia que há uma descaracterização das comemorações: "As festas de largo perderam a força com esse incentivo para o sentido do Carnaval", disse, em alusão aos shows de axé music e ao estilo musical promovido nas barracas de comes e bebes.

Ontem a lista das 45 entidades cadastradas para o cortejo foi divulgada pela Empresa Salvador Turismo (Saltur), responsável pela realização da festa.

"No comparativo, tem diminuído, mas este ano faremos um estudo para avaliar público, impacto e potenciais da festa", disse o presidente da Saltur, Cláudio Tinoco.

Transformação As festas para o Senhor do Bonfim - que envolvem a novena, a lavagem das escadarias da igreja, a procissão e outras comemorações - sofreram diversas mudanças ao longo dos anos. Já foram personagens centrais os trios elétricos (proibidos nos anos 90), as carroças, as bicicletas, as baianas e os jegues de lavagem - alvos mais recentes de tentativas de proibição.

Uma ação civil pública foi proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil-Bahia (OAB-BA) e pelas ONGs Terra Verde Viva, Animal Viva e Célula Mãe contra a presença de equinos. Entre as provas apresentadas está o documentário Os animais da terra da Felicidade, sobre maus-tratos e falta de fiscalização em 2010.

"Não pode haver cultura ou tradição sobre a crueldade e a ilegalidade", defende a presidente da Comissão de Proteção dos Direitos dos Animais da OAB-BA, Alessandra Brandão.

PARTICIPAÇÃO DOS GOVERNOS NA FESTA

A Bahiatursa, órgão estadual, contratou duas atrações musicais e 50 baianas para o cortejo. A Saltur, da prefeitura, oferece um palco, sonorização e fogos


Barracas enfeitadas e música ao vivo roubavam a cena da festa
“Há uma série de opções nas barracas, principalmente no que diz respeito a cervejas, batidas de frutas tropicais e comidas típicas. Para a criançada, há bancas de guloseimas, parques de diversão com roda-gigante, cavalinhos e trenzinho”.

Quem conhece a penas a Lavagem do Bonfim dos dias de hoje dificilmente reconhecerá o trecho acima como uma descrição da festa. O cenário é da Colina Sagrada em 1985, quando as barracas de comes e bebes roubavam a cena.

Dona Joselita dos Santos,70 anos, 40 como “barraqueira” de festas de largo, conta com saudade como era a profissão.

“Minha barraca, a Santa Bárbara, tinha cobertura de lona e balcão em madeira. Era bonita, organizada, toda colorida em fita. Tinha dormitório, ponto de luz e água”.

Atualmente, dona Joselita está afastada do trabalho. Sua filha e sua neta, Gildete Santos, 38, e Daniele Santos, 16, tentam dar continuidade ao ofício da família. “Hoje não tem estrutura e a gente ainda é perseguida. Fica muito difícil trabalhar assim”, desabafa Gildete.

Apaixonado pelo Bonfim,o ambulante Walmir Obérico acredita que o povo fará a revitalizaçãodafesta: “Issoaqui é uma riqueza da Bahia. É muito bonito de ver”, diz.

Já o produtor cultural Dimitri Ganzelevitch defende que a padronização das barracas, determinada pela prefeituradesde1998, foi um golpe mortal na tradição. “Coma descaracterização das barracas, houve o mesmo com o público. Antes, cada barraca tinha sua música ao vivo, hoje a briga é de caixas de som”.



A Tarde

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