“Para saber do Brasil e da Bahia é preciso ler Katia Mattoso. A história do mundo perde uma mestra! Sua obra é muito valiosa e sua morte, uma perda mundial”. A notícia do falecimento da historiadora e cientista política grega, que abalou o historiador Luís Henrique Dias Tavares, teve grande repercussão na Bahia, terra que ela escolheu para viver.
Há dois meses D. Katia estava internada em uma clínica, em Paris,devido as complicações de um câncer no útero. Ela faleceu na manhã de ontem (horário da França) e o comunicado foi feito por familiares ao historiador Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon.
“A primeira cadeira de História do Brasil fora do País foi ocupada por ela, na França. D.
Katia se dedicou a estudar a escravidão para entender o aspecto humano do povo negro. Então, era esta sensibilidade com a questão humana que a diferenciava.
A perda é para a história da Bahia e para toda uma geração de historiadores que ela formou”, comentou Castro, reconhecendo a influência direta dela em sua formação.
O sepultamento será na Grécia, país onde nasceu, mas a data não foi comunicada. Na Bahia, amigos e ex-alunos poderão prestar sua homenagem na missa de sétimo dia, encomendada pela Fundação Pedro Calmon, segunda-feira, às 10 horas, na Igreja de São Bento.
Geraldo Ataíde / Arquivo Ag. A TARDE / 20.1.2000 A mestra vivia em Paris e será sepultada na Grécia “Para saber do Brasil e da Bahia é preciso ler Katia Mattoso” LUIS HENRIQUE DIAS TAVARES, historiador baiano Em nota, o governador Jaques Wagner, lamentou a perda, afirmando que “seu legado será duradouro”:“Foi com pesar que tomamos conhecimento da morte de Kátia Mattoso. Dona de uma percepção privilegiada do processo histórico, vinculando habilmente o regional e o conjuntural, a historiadora soube, como poucos, investigar e compreender as origens da Bahia que somos hoje”.
O superintendente do Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional, Carlos Amorim, também se manifestou por meio de nota, recordando “a mestra de renome internacional”, e afirmando que “para a cultura brasileira é uma perda inestimável. Para a Bahia fecha se uma porta no mundo que a professora inesquecível abriu aos diversos aspectos de nossa vida cultural”.
Legado Especialista em história social da escravidão no Brasil, Doutora Honoris Causa pela Ufba e Professora Emérita aposentada da Universidade de Paris V – Sorbonne, e autora de obras relevantes, Katia Mattoso “é um nome importante para os setores históricos do País”, lembra o historiador João José Reis,que foi seu assistente de pesquisa.
Para o escritor Fernando da Rocha Peres, não será surpresa se o fato “provocar um reinteresse por sua obra”. “No Departamento de História da Ufba, especialmente na pós-graduação, há uma constante aproximação com a bibliografia que deixou”, lembra.
O historiador Fernando Guerreiro de Freitas, que foi aluno no curso de graduação em História, na Ufba,e trabalhou com ela por quatro, durante seu doutoramento, na Sorbonne, observa que “devemos destacar o fato de que ela não era baiana. Se trata de alguém que adotou a Bahia e envolveu a produção de conhecimento sobre a Bahia“.
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Há dois meses D. Katia estava internada em uma clínica, em Paris,devido as complicações de um câncer no útero. Ela faleceu na manhã de ontem (horário da França) e o comunicado foi feito por familiares ao historiador Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon.
“A primeira cadeira de História do Brasil fora do País foi ocupada por ela, na França. D.
Katia se dedicou a estudar a escravidão para entender o aspecto humano do povo negro. Então, era esta sensibilidade com a questão humana que a diferenciava.
A perda é para a história da Bahia e para toda uma geração de historiadores que ela formou”, comentou Castro, reconhecendo a influência direta dela em sua formação.
O sepultamento será na Grécia, país onde nasceu, mas a data não foi comunicada. Na Bahia, amigos e ex-alunos poderão prestar sua homenagem na missa de sétimo dia, encomendada pela Fundação Pedro Calmon, segunda-feira, às 10 horas, na Igreja de São Bento.
Geraldo Ataíde / Arquivo Ag. A TARDE / 20.1.2000 A mestra vivia em Paris e será sepultada na Grécia “Para saber do Brasil e da Bahia é preciso ler Katia Mattoso” LUIS HENRIQUE DIAS TAVARES, historiador baiano Em nota, o governador Jaques Wagner, lamentou a perda, afirmando que “seu legado será duradouro”:“Foi com pesar que tomamos conhecimento da morte de Kátia Mattoso. Dona de uma percepção privilegiada do processo histórico, vinculando habilmente o regional e o conjuntural, a historiadora soube, como poucos, investigar e compreender as origens da Bahia que somos hoje”.
O superintendente do Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional, Carlos Amorim, também se manifestou por meio de nota, recordando “a mestra de renome internacional”, e afirmando que “para a cultura brasileira é uma perda inestimável. Para a Bahia fecha se uma porta no mundo que a professora inesquecível abriu aos diversos aspectos de nossa vida cultural”.
Legado Especialista em história social da escravidão no Brasil, Doutora Honoris Causa pela Ufba e Professora Emérita aposentada da Universidade de Paris V – Sorbonne, e autora de obras relevantes, Katia Mattoso “é um nome importante para os setores históricos do País”, lembra o historiador João José Reis,que foi seu assistente de pesquisa.
Para o escritor Fernando da Rocha Peres, não será surpresa se o fato “provocar um reinteresse por sua obra”. “No Departamento de História da Ufba, especialmente na pós-graduação, há uma constante aproximação com a bibliografia que deixou”, lembra.
O historiador Fernando Guerreiro de Freitas, que foi aluno no curso de graduação em História, na Ufba,e trabalhou com ela por quatro, durante seu doutoramento, na Sorbonne, observa que “devemos destacar o fato de que ela não era baiana. Se trata de alguém que adotou a Bahia e envolveu a produção de conhecimento sobre a Bahia“.
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