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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Livro mostra meio século da arte visual na Bahia – 2+

A crítica Matilde Matos relata o que presenciou em publicação que será apresentada amanhã, no Museu Rodin

CÁSSIA CANDRA

Há arte em toda parte na casa ampla, em Itapuã. A começar pelas esculturas, nos jardins, e o acervo literário que inclui revistas especializadas estrangeiras.

Além da porta de vidro obra do artista Tino Oliveira muitos quadros e objetos assinados por grandes nomes das artes visuais da Bahia desde o modernista Mário Cravo Jr., passando pelas novas gerações que ganharam identidade com os trabalhos de Bel Borba, Ramiro Bernabó, Edison da Luz, Justino Marinho, Angela Cunha, César Romero...

A dona da coleção é a crítica de arte Matilde Matos, que, aos 83 anos, ainda vibra com o clima de "adrenalina" das redações dos jornais e com a atmosfera vanguardista dos ateliês de pintura.

Autora de 50 Anos de Arte na Bahia (EPP Publicações),com lançamento amanhã, às 19 horas, no Palacete das Artes Museu Rodin, a crítica agora transforma em documento os resultados do seu contato intenso com a produção artística local nas últimas cinco décadas.

"Não é um livro de crítica de arte. Uso uma linguagem coloquial para relatar o que aconteceu de mais importante nas nossas artes visuais e pontuo acontecimentos determinantes de cada geração", diz Matilde.

Patrocinada pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia, a publicação edição bilíngue de 400 páginas relata com textos e 247 imagens o trabalho de 80 artistas. "Há outros nomes importantes neste período, mas ela escreve sobre os que acompanhou de perto", esclarece o editor, Fernando Oberlaender.

Documento Apesar do traço autoral, o livro é puro documento. Através do olhar da autora perpassa meio século de arte na Bahia, desde a introdução do Modernismo na Bahia, com a Geração 45, formada por artistas como Mário Cravo Jr., Carybé, Carlos Bastos e Genero de Carvalho. Dividido em seis capítulos, o livro chega até as manifestações do novo século, passando pela inventiva Geração 70 e cobrindo a "pragmática arte dos anos 90", que revelou nomes como Marepe, reconhecido na cena internacional contemporânea.

"A obra é um registro preciso sobre as artes visuais na Bahia, uma reflexão sobre o que se produziu e sobre o que é este patrimônio", analisa o secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles, que também assina o texto de apresentação.

Para Murilo Ribeiro, diretor do Palacete das Artes Museu Rodin, "a publicação vem preencher uma lacuna. Além do que é publicado nos jornais, temos poucos documentos sobre a arte na Bahia nestes 50 anos".

Avesso do Nordeste O primeiro contato de Matilde com a arte moderna aconteceu em Nova York, em 1952. O impacto do que vira nas galerias americanas teve profunda ressonância em sua vida. "Eu havia ficado extasiada", lembra.

Ela começou a ler publicações especializadas editadas no exterior e a visitar o ateliê de artistas como Mário Cravo Jr., Carybé e Jenner. Também passou a comentar o que eles faziam.

Em 1959, João Falcão a convidou para escrever no Jornal da Bahia. "Mas só em 1970 entrei para a Associação Brasileira de Críticos de Arte", conta ela.

"Estudei muito, mas as melhores aulas foram nas bienais de São Paulo, com o grupo Etsedron, com uma arte brasileira completamente nova. Passávamos o dia na Bienal. Víamos artistas do mundo chegando com seus trabalhos", relata Matilde, que atuou como curadora e produtora do Etsedron.

Idealizado por Edison da Luz, o Etsedron representava o "avesso do Nordeste" (literalmente).

Era o "requinte estético para uma linguagem sociológica eminentemente brasileira" que, por sua originalidade, repercutiu na crítica estrangeira e venceu a Bienal Nacional de São Paulo, em 1974 (além de ter sido exibido em várias bienais internacionais de São Paulo. Para Matilde, este é o capítulo mais representativo da produção baiana nos últimos 50 anos.


A Tarde

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