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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A cultura na Bahia


Armando Avena
Escritor, economista e diretor do portal Bahia Econômica, é membro da Academia de Letras da Bahia


Livrarias são sempre bem-vindas, pois trazem com elas livros e cultura. E como os escritores são dados a arroubos de entusiasmo, vi a inauguração da tradicional Livraria Cultura em Salvador como um signo a anunciar bons tempos para a cultura na Bahia.

A Livraria Cultura tem um acervo de milhares de livros, livros à mancheia, como se dizia no tempo em que Schopenhauer afirmava: “Ler quer dizer pensar coma cabeça alheia, em vez de com a própria”. E como por vezes os homens ficam presunçosos e danam-se a pensar apenas coma própria cabeça, é bomter à mão o labirinto de ideias que se formam nas livrarias.

E a Livraria Cultura inaugurada em Salvador é mais que uma livraria, pois temum teatro em que os poetas podem declamar e os dramaturgos podem ver seus personagens em carne e osso; pois tem uma sala especial onde se escutam apenas jazz e clássicos, uma vênia a Mozart e a Bach, a TomJobim e a Cole Porter, que ainda não se acostumaram aos acordes dissonantes das outras estantes.

Uma livraria faz bem à alma e – digam o que disserem os apocalípticos profetas que anunciam o fim do livro em papel – faz bem aos sentidos, que se extasiam com a visão das capas, com o toque dos dedos no papel, com o cheiro inesquecível de livro novo.

Encontro-me com Pedro Herz, presidente do conselho de administração da Livraria Cultura, que veio à Bahia inaugurar sua loja caçula, e indago se o futuro estaria vaticinando o fim do livro em papel? Pedro me diz que quem fala isso não são os leitores, são os não-leitores. E pergunta taxativo: “É um aparelho novo que fará novos leitores?”. Leitores são feitos em casa, responde com entusiasmo, e independem deste ou daquele aparelho. E conclui: “Se o leitor lê através do papel ou de um aparelho, isso é um detalhe, o importante é que ele leia.” Pedro Herz é da linhagem dos grandes livreiros brasileiros, sabe, como dizia Lobato, que um país se faz com homens e livros, e, embora eu os prefira no papel, nada contra os que se deleitam com as letras na tela luminosa. O mais importante é que Salvador temagora uma Livraria Cultura, e, parafraseando Lobato, uma cidade também se faz com homens e livros.


A Tarde

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