DA EFE, EM VALLADOLID
O cinema brasileiro dos últimos dez anos se aproxima da realidade do país com documentários que "estão mais perto da realidade que os noticiários de televisão".
A frase foi dita por José Carlos Avellar, crítico e gestor público do cinema brasileiro que nesta quarta-feira (27) participou de uma mesa-redonda realizada na 55ª Semana Internacional de Cinema de Valladolid por ocasião da celebração do Dia do Brasil, país convidado nesta edição.
O debate teve como assunto central a análise da filmografia brasileira dos últimos dez anos que, como reconheceram as pessoas presentes, procura refletir a realidade do país de forma que o espectador possa se identificar.
Avellar explicou que, após um período complexo na produção cinematográfica do país no início da década de 1990, o cinema ganhou fôlego com produções regulares impulsionadas por novos diretores.
Esta nova geração de diretores teve como ponto de partida o movimento cinematográfico da década de 1960, chamado Cinema Novo, um exemplo desenvolvido e transformado em novos filmes.
Na opinião do crítico brasileiro, dois fatores foram os motores da produção cinematográfica no Brasil: as novas tecnologias, já que produzir filmes se tornou mais barato (o verdadeiro problema está na distribuição) e o fato de que o Governo reduziu as diferenças econômicas, que fez crescer um público de classe média com "possibilidade de ir ao cinema".
Entre as pessoas que discursaram também esteve a produtora de cinema Iona de Macedo, que concordou que são necessárias mais distribuidoras locais no Brasil.
Iona lamentou que o cinema brasileiro não ultrapasse as fronteiras do país, mas reconheceu que "o talento não tem fronteiras" e o Brasil está encontrando seu público após.
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