Ofício dos vaqueiros pode ser Patrimônio Imaterial da Bahia
Já estão em fase final as pesquisas do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão da secretaria de Cultura (SecultBA), que fundamentarão o registro do Ofício dos Vaqueiros como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.
O pedido para o reconhecimento do ofício dos vaqueiros foi solicitado pelo conselheiro do Conselho Estadual de Cultura (CEC), Washington Queiroz, em agosto deste ano (2010). Pós-graduado em antropologia e especializado em etnologia indígena, Queiroz é membro da Associação Brasileira de Antropologia e pesquisador renomado da cultura do Sertão e região do semi-árido baiano. Entre projetos de sua autoria está o Histórias de Vaqueiros: Vivências e Mitologia, além de vídeos, ensaios, publicações, campanhas e eventos sobre vaqueiros.
Pesquisas de Queiroz apontam que na Bahia, já em 1550, a família do colonizador português Garcia D’Ávila expedia vaqueiros para colonizar e ocupar terras internas do Brasil. O percurso dos vaqueiros no nosso estado teve dois momentos, o primeiro no século 16 partindo das terras da Casa da Torre, atua localidade de Praia do Forte, município de mata de São João. Daí, essas expedições atingiam os rios Jacuípe, Itapicuru, até o Paraguaçu e Rio de Contas, formando pontos de encontro nas feiras e estabelecendo os primeiros currais.
O segundo momento se dá na segunda metade do século 18, quando são erguidas as primeiras casas de fazenda. Queiroz destaca que a marcha dos vaqueiros exigiu o desenvolvimento de técnicas e procedimentos que possibilitassem desbravamento de caatingas, matas, agrestes, chapadas, cerrados e planaltos à procura de pastos para o gado crescente que já não podia mais ocupar apenas a orla atlântica da Bahia.
No mesmo mês da solicitação, o IPAC colocou equipe de pesquisadores em campo. Participaram historiadores, museólogos, geólogos, sociólogos, antropólogos e comunicólogos. “Vestimentas, maneiras de cantar e falar, habitar, trabalhar e lidar com o gado são características próprias desse ofício”, relata o gerente de Pesquisas (Gepel) do IPAC, Mateus Torres. Eles desbravaram a região Nordeste do país tornando o interior, então desconhecido, em locais habitáveis, com comunidades que se tornaram cidades. “Seus movimentos por três séculos se complementam aos ciclos econômicos da cana-de-açúcar, mineração e ciclo do gado”, afirma o técnico do IPAC.
Um bem intangível ou imaterial só passa a ser reconhecido oficialmente como Patrimônio da Bahia, através de decreto do governador, após passar pela análise do CEC (www.conselhodeculturaba.wordpress.com). Com aval do CEC o dossiê do IPAC, passa para a SecultBA e, depois, para o governador que sanciona ou não. Um dossiê é composto por pesquisas de campo, bibliografias e acervo textual e imagético produzidas pelo IPAC para justificar o registro do bem imaterial. Até o final deste mês (novembro, 2010) o IPAC já deve enviar os estudos para avaliação dos conselheiros de Cultura. Através do IPAC, o governo baiano já reconheceu os bens imateriais Festa de Santa Bárbara, Cortejo do 2 de Julho, Carnaval de Maragojipe, Festa da Boa Morte, Capoeira e, até final deste ano (2010), o Desfile dos Afoxés.
As pesquisas do IPAC podem durar de seis meses a dois anos, dependendo do tema pesquisado. “O dossiê deve provar, através de reconstituição histórica, com registros documentais, imagéticos e depoimentos, que o bem cultural merece ser reconhecido pelo Estado e não somente representar uma localidade”, esclarece Torres. As prefeituras são responsáveis por patrimônios de relevância municipal, o governo estadual por bens representativos para a Bahia, enquanto o governo federal fica com tutela dos bens nacionais. Mais informações sobre registros de bens imateriais são obtidas no site www.ipac.ba.gov.br ou, através da Gepel/IPAC via telefone (71) 3116-6741.
Assessoria de Comunicação – IPAC – em 16.11.2010 Jornalista responsável Geraldo Moniz (1498-MTBa) – (71) 8731-2641 – Texto: Felipe Dieder e Geraldo Moniz
Contatos ASCOM/IPAC: (71) 3116-6673, 3117-6490, ascom,ipac@ipac.ba.gov.br.
Acesse: www.ipac.ba.gov.br Facebook: Ipacba Patrimônio Twitter: @ipac_ba
O pedido para o reconhecimento do ofício dos vaqueiros foi solicitado pelo conselheiro do Conselho Estadual de Cultura (CEC), Washington Queiroz, em agosto deste ano (2010). Pós-graduado em antropologia e especializado em etnologia indígena, Queiroz é membro da Associação Brasileira de Antropologia e pesquisador renomado da cultura do Sertão e região do semi-árido baiano. Entre projetos de sua autoria está o Histórias de Vaqueiros: Vivências e Mitologia, além de vídeos, ensaios, publicações, campanhas e eventos sobre vaqueiros.
Pesquisas de Queiroz apontam que na Bahia, já em 1550, a família do colonizador português Garcia D’Ávila expedia vaqueiros para colonizar e ocupar terras internas do Brasil. O percurso dos vaqueiros no nosso estado teve dois momentos, o primeiro no século 16 partindo das terras da Casa da Torre, atua localidade de Praia do Forte, município de mata de São João. Daí, essas expedições atingiam os rios Jacuípe, Itapicuru, até o Paraguaçu e Rio de Contas, formando pontos de encontro nas feiras e estabelecendo os primeiros currais.
O segundo momento se dá na segunda metade do século 18, quando são erguidas as primeiras casas de fazenda. Queiroz destaca que a marcha dos vaqueiros exigiu o desenvolvimento de técnicas e procedimentos que possibilitassem desbravamento de caatingas, matas, agrestes, chapadas, cerrados e planaltos à procura de pastos para o gado crescente que já não podia mais ocupar apenas a orla atlântica da Bahia.
No mesmo mês da solicitação, o IPAC colocou equipe de pesquisadores em campo. Participaram historiadores, museólogos, geólogos, sociólogos, antropólogos e comunicólogos. “Vestimentas, maneiras de cantar e falar, habitar, trabalhar e lidar com o gado são características próprias desse ofício”, relata o gerente de Pesquisas (Gepel) do IPAC, Mateus Torres. Eles desbravaram a região Nordeste do país tornando o interior, então desconhecido, em locais habitáveis, com comunidades que se tornaram cidades. “Seus movimentos por três séculos se complementam aos ciclos econômicos da cana-de-açúcar, mineração e ciclo do gado”, afirma o técnico do IPAC.
Um bem intangível ou imaterial só passa a ser reconhecido oficialmente como Patrimônio da Bahia, através de decreto do governador, após passar pela análise do CEC (www.conselhodeculturaba.wordpress.com). Com aval do CEC o dossiê do IPAC, passa para a SecultBA e, depois, para o governador que sanciona ou não. Um dossiê é composto por pesquisas de campo, bibliografias e acervo textual e imagético produzidas pelo IPAC para justificar o registro do bem imaterial. Até o final deste mês (novembro, 2010) o IPAC já deve enviar os estudos para avaliação dos conselheiros de Cultura. Através do IPAC, o governo baiano já reconheceu os bens imateriais Festa de Santa Bárbara, Cortejo do 2 de Julho, Carnaval de Maragojipe, Festa da Boa Morte, Capoeira e, até final deste ano (2010), o Desfile dos Afoxés.
As pesquisas do IPAC podem durar de seis meses a dois anos, dependendo do tema pesquisado. “O dossiê deve provar, através de reconstituição histórica, com registros documentais, imagéticos e depoimentos, que o bem cultural merece ser reconhecido pelo Estado e não somente representar uma localidade”, esclarece Torres. As prefeituras são responsáveis por patrimônios de relevância municipal, o governo estadual por bens representativos para a Bahia, enquanto o governo federal fica com tutela dos bens nacionais. Mais informações sobre registros de bens imateriais são obtidas no site www.ipac.ba.gov.br ou, através da Gepel/IPAC via telefone (71) 3116-6741.
Assessoria de Comunicação – IPAC – em 16.11.2010 Jornalista responsável Geraldo Moniz (1498-MTBa) – (71) 8731-2641 – Texto: Felipe Dieder e Geraldo Moniz
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