Paginas

Olá, seja bem vindo(a)!
Este blog quer dar visibilidade e proporcionar a reflexão sobre cultura do Território Piemonte Norte do Itapicuru.
Para garantir que sua visita seja proveitosa e agradável, disponibilizamos abaixo algumas orientações, para evitar que você tenha dificuldade de acesso às informações.
>Para encontrar alguma matéria especificamente, vá ao campo pesquisa e digite uma palavra que sirva de referência;
>Para fazer algum comentário ou tirar alguma dúvida, vá ao campo comentário logo abaixo da matéria, e não se esqueça de se identificar (deixe seu email se quer receber mais informaçoes sobre o tópico em questão);
>Para acompanhar a agenda cultural do território, vá ao campo Agenda Cultural na parte inferior do blog;
Para encaminhar informações ou sugestões envie email para carlalidiane@yahoo.com.br
Aproveite o espaço!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

UMA BIENAL AQUI É MUITO IMPORTANTE – 2+

ENTREVISTA Matilde Matos

CÁSSIA CANDRA

A trajetória da crítica de arte assinada por Matilde Matos em centenas de catálogos de exposições, e na imprensa baiana (Jornal da Bahia, Bahia Hoje e programa Soterópolis da TV Educativa), se confunde com a história das artes visuais da Bahia dos anos 1960 para cá.

Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Associação Internacional de Críticos de Arte desde 1970, ela presidiu júris da Bienal de São Félix e assinou curadorias importantes, como a dos projetos Etsedron, nas Bienais de São Paulo, nos anos 1970. Nesta entrevista ela fala sobre o mergulho na arte, que rendeu reconhecimento da ABCA, Escola de Belas Artes da Ufba e Academia de Cultura da Bahia.

O que a levou a escrever crítica de arte? Foi algo planejado? Não, aconteceu. Eu comecei escrevendo crônicas, no Jornal da Bahia.

O primeiro texto publicado foi em A TARDE,em 1957, 1958. Fiz uma viagem de volta ao mundo. Durante cinco meses estive em um navio.

Escrevia, no navio, sobre cada cidade que visitava. Foram estas crônicas que A TARDE publicou. Em 1959, João Falcão me chamou para escrever no Jornal da Bahia. É dessa linguagem que eu gosto, daquela que é usada para falar do dia a dia, e foi a que escolhi para o livro. Nos anos 1960, tudo o que aconteceu foi a derrocada do que havia, em busca do novo, então achei que fazer crônica, naquela ocasião, era de uma futilidade imensa. E como já tinha toda essa admiração pela arte e contato com artistas, como Mario Cravo, Carybé, Jenner Augusto, comecei a escrever, a comentar o que eles faziam. Só em 1970 entrei para a Associação Brasileira de Críticos de Arte. E estudei muito. As melhores aulas foram em 1974, 1975 nas bienais de São Paulo com o grupo Etsedron, liderado por Edison da Luz, com uma arte brasileira completamente nova. Nós ficávamos dentro da Bienal. Só saíamos para dormir. Víamos os artistas do mundo inteiro. Eu conversei com muitos.

O Etsedron é o evento mais importante das artes visuais da Bahia nos últimos 50 anos? Com certeza. Desde as bienais paulistas o grupo que mais impressionou foi o Etsedron.

Não só em São Paulo como os críticos de fora. Porque foi realmente diferente de tudo o que já se havia feito.

Enquanto a grande maioria dos artistas, dos 1960 e 1970, ainda seguia estilos impostos de fora, Edison da Luz optava por uma arte brasileira, feita aqui. Até o material eles iam buscar no mato.

Muita coisa foi publicada em revistas de fora do País.

O que falta para as artes visuais da Bahia alcançarem mais visibilidade no País e fora? Acho que as bienais são necessárias, porque trazem artistas do mundo todo. Agora, como a arte visual é a arte do silêncio, você tem que ler, tem que ver muito. E o artista, para montar uma exposição, tem que investir muito. Então, acho que o principal é divulgação. Uma boa revista especializada em arte seria muito bom; além de um número maior de exposições. E apoio aos projetos.

O que você acha de a Bahia ter uma Bienal de Artes Visuais? A Bienal de São Paulo reúne 80% de artistas de São Paulo e do Rio. Uma bienal aqui é muito importante. As bienais revelam bons artistas

Nenhum comentário: