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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Na sintonia


Há 90 anos, ocorreu nos EUA a primeira difusão de rádio, meio que atravessou o século e chega renovado aos dias atuais
Chico Castro Jr. - Ouça. Uma transmissão que atravessou quase um século está completando 90 anos. A primeira transmissão de rádio ocorreu no dia 2 de novembro de 1920 quando a primeira emissora oficialmente licenciada, a KDKA, de Pittsburgh, nos Estados Unidos, cruzou os céus – até então virgens de ondas eletromagnéticas – e noticiou a eleição do 29º presidente norte americano, Calvin Coolidge.

Apesar de ser apontado como o marco zero da radiodifusão no mundo, há bastante controvérsia sobre o assunto – e mais ainda sobre a invenção do rádio.

Desde o fim do século 19, em diversas partes do mundo – inclusive no Brasil –, diferentes cientistas e inventores vinham se debruçando sobre uma possível evolução do telégrafo.

O que, até hoje, pouca gente sabe, é que o Brasil tem um dos personagens mais interessantes dessa história toda,um equivalente a Santos-Dumont na invenção do avião: o padre gaúcho Roberto Landell de Moura (1861-1928).

Controverso pela própria natureza (afinal, o homem era padre e cientista ao mesmo tempo), Moura realizou, em 1893, uma experiência na qual conseguiu transmitir a voz humana sem o uso de fios, por oito quilômetros em linha reta: da Avenida Paulista até o bairro de Santana, em São Paulo.

Para muitos pesquisadores, esse fato antecede os experimentos do italiano Guglielmo Marconi (1874-1937) e do sérviocroata Nikola Tesla (18561943), entre outros, oficialmente reconhecidos mundo afora como os inventores do rádio.

É mais ou menos como acontece com Alberto Santos-Dumont e os Irmãos Wright na que estão da invenção do avião.O brasileiro inventou (ou, ao menos, contribuiu muito na criação), mas não levou.

Missão “O rádio começa com uma nobre missão jornalística: transmitir a cobertura das eleições para presidente nos Estados Unidos”, observa o radialista Perfilino Neto, um entusiasta do meio e pesquisador, autor do livro Memória do Rádio.

Perfilino é categórico: “O rádio foi invenção do padre Roberto Landell de Moura, que foi tido na época como um homem com pacto com o diabo. Ele foi expulso e teve sua casa queimada com seus inventos”, diz.

“Somente quatro anos depois, em 1896, Marconi criou o telégrafo sem fio, inspirado no eletrodo do padre. Mas pelo fato de ser brasileiro, por ignorância da igreja, ele foi isolado e esquecido”, relata.

Convergência Controvérsias a parte, o rádio comercial completou 90 anos e está aí, firme e forte. Mas está mesmo? “O rádio está numa fase melhor agora, depois de muito tempo por baixo, por causa das web-radios”, opina Maurício Tavares, pesquisador e professor da Faculdade de Comunicação da Ufba.

“No sentido didático, qualquer pessoa pode fazer uma rádio na internet, agora. Ele saiu do circuito oficial de ser uma concessão exclusivamente governamental.

E essa transformação do rádio faz parte desse tempo de convergência das novas mídias. Até porque, as rádios digitais propriamente ditas não deram certo. Os aparelhos são caros demais e a coisa não desenvolveu”, avalia Maurício.

Para Perfilino, a internet é como um viagra para o rádio, este velhinho de 90 anos: “Como eu vejo o rádio hoje, com essa ida2 de? Ele está na plenitude do seu desenvolvimento. Porque tem na internet uma espécie de viagra.

Com a rede mundial de computadores, qualquer estação de rádio é hoje alcançada no mundo inteiro”, comemora.

Essa facilidade de transmitir, porém, favorece uma fragmentação muito maior de programação.

“As novas tecnologias ajudaram – e a ideia agora é atingir grupos específicos”, acrescenta Maurício.
Rádio, um meio sujeito a usos e abusos, mas que se moderniza

Ao fazer 90 anos, o rádio se reinventa, mas ainda tem muitos desafios
Ao apertar o botão do dial e conferir as rádios que transmitem seus sinais em Salvador, a palavra para melhor definir o que se ouve é diversidade. Nunca o meio ofereceu tantos conteúdos: são emissoras especializadas em notícias, outras de perfil mais popular e aquelas voltadas para o segmento A/B, com uma programação que mescla música e informação.

Mas para quem testemunhou a era de ouro do rádio e dedicou a vida ao meio, o julgamento é ácido. “O rádio usa a palavra, a imaginação. É aí que reside a sua força. Força esta que não está sendo utilizada, porque jogaram sua programação no lixo”, reage Perfilino Neto, sem esconder sua indignação.

Para ele, que faz um programa de resgate da memória musical brasileira na rádio Educadora FM, o rádio na Bahia está “fora do ar”. “Nós fazemos o pior rádio do País”, afirma, sem meias-palavras, criticando em especial o uso político que se faz do veículo. “As emissoras de hoje contrariam a função social do rádio, até por que estão quase todas nas mãos de políticos. É através das rádios que eles exercem sua influência nefasta”, afirma Perfilino
Perfilino.

Novas tecnologias Se o uso político do rádio é tema que pode render tese de doutorado, no dia a dia do meio, o que se constata são novas formas de produzir e consumir conteúdos, graças ao surgimento de novas tecnologias, a exemplo da telefonia móvel.

Ocelular é um exemplo de ferramenta essencial para entender o meio rádio hoje, explica Perfilino, para quem “o celular é o novo radinho de pilha”.

Mas o aparelho não é apenas um mero receptor. Pode servir para a transmissão de informações e virou uma ferramenta de produção de conteúdos. “O celular ajuda, tanto na produção, para fazer entrevistas ao vivo, quanto para se ouvir”.

Outro fenômeno que diz respeito à radio difusão atualmente é a presença de emissoras na internet, que oferece programação segmentada para públicos específicos
Convergência de mídias alimenta uma incógnita quanto ao futuro do meio

E o futuro, o que reserva para este meio de comunicação, que é ao mesmo tempo, tão democrático e tão ditatorial – já que a maioria das estações impõe uma programação de qualidade muitas vezes duvidosa? “Com a convergência das mídias, fica difícil sabermos de antemão o que vai ser (do rádio), mas eu acho que ainda existe uma grande necessidade de transmissão de sons – seja música ou as vozes dos locutores e comentaristas”, diz Maurício Tavares, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia.

“Você vê que a rádio aberta é basicamente FM. A faixa A Mencolheu muito, tanto que hoje só há concessões de novas freqüência sem FM”, acrescenta. “A grande tendência do momento são as rádios de news(especializadas em notícias). Aqui em Salvador, tem a Band, a CBN e outras vindo aí”, analisa.

Programação A realidade é que a programação do rádio vive um processo de fragmentação que não apenas é característica da rádio convencional, como também do ambiente da internet e a segmentação deve seguir alguns critérios, como explica Tavares, que alerta para a necessidade de se voltar para as referências locais.

“Digamos que você queira fazer uma web-radio de rock, por exemplo. Com a fragmentação gigantesca da programação, você terá que concorrer com rádios americanas e não-sei-da-onde, o que simplesmente não vale a pena. Então, se você for fazer uma programação de rock, é muito melhor fazer do rock local, que é algo mais específico e oferece um diferencial”, opina Maurício Tavares.

A Tarde

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