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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma história de valorização do negro e da arte


Bando de Teatro Olodum é hoje reconhecido em todo o país,mas nem sempre foi assim.

A trupe baiana teve que lutar muito para provar que a dramaturgia engajada do grupo, focada em questões de negritude, era viável, assim como o discurso usado na maioria das peças, que reproduz a linguagem oral das ruas.

Os atores do grupo, que receberam rasgados elogios no teatro,cinema e televisão com O Paí, Ó! já foram acusados de representarem eles mesmos, de se repetirem. É certo que o Bando também amadureceu, ficou menos suscetível às críticas, menos defensivo e mais aberto àqueles “de fora da tribo”.

Início Tudo começou em 1990, quando a trupe foi criada. A proposta de uma linguagem cênica contemporânea aliada à militância gerou, em 1991, o primeiro trabalho do grupo: Essa é Nossa Praia, comédia que trouxe à cena tipos populares das ruas do Pelourinho.

Era o Bando chegando para anunciar sua estética. Iniciava se a primeira trilogia do Pelô (seguiram-se os espetáculos Ó Paí, Ó! e Bai Bai, Pelô) . O grupo ampliava, assim, as discussões sobre questões sociais, que afetavam, principalmente, os moradores do Centro Histórico.

A bandeira da negritude ganha maior foco, entretanto, com o espetáculo Cabaré da Rrrrraça, uma das montagens mais populares do repertório do Bando e até hoje garantia de sucesso quando em cartaz. Em maio de 2000, inclusive, o Bando teve seu trabalho reconhecido pelo Itamaraty que, através do Ministério da Cultura, escolheu Cabaré da Rrrrraça para ser apresentado a uma platéia formada por embaixadores e membros do corpo diplomático de 16 países africanos, em Salvador. O convite aconteceu devido à autenticidade com que o grupo baiano aborda, em seus espetáculos, o racismo e a exclusão social no Brasil.

Polêmica Cabaré da Rrrrraça causou polêmica pois foi lançado com a promoção de meia entrada para negros. Combinação de revista musical que mostra o ponto de vista de diversos personagens negros sobre o preconceito racial no país, de desfile de moda e talk-show televisivo, a montagem, que vem sendo reformulada ao longo dos anos, também causou um certo rebuliço pelo nu frontal dos atores.

Até chegar ao novo espetáculo, Bença, que enfoca o tempo, o respeito aos mais velhos e a questão da ancestralidade, o Bando percorreu um longo caminho, inclusive como promotor de grandes eventos que discutiram a questão racial.

Com Áfricas, em 2007, o grupo investe no primeiro infanto juvenil da carreira, sem esquecer do discurso engajado da negritude. Desta vez, as lendas e contos africanos serviram de mote para a valorização da cultura africana, desprezada, no Brasil, em relação aos valores culturais eurocêntricos.

Na tela OBando de Teatro Olodum, que vem investindo no diálogo com outras linguagens artísticas, também faz sucesso no cinema.

Em 2006, a cineasta Monique Gardemberg transformou em filme a peça que faz parte da trilogia sobre o Pelô, Ó Paí, Ó! O elenco do filme contou com os próprios atores do Bando, incluindo Lázaro Ramos, e convidados como Stênio Garcia, Wagner Moura e Dira Paes. Atores do Bando já haviam trabalhado com a diretora no filme Jenipapo,em1994.Em cinema, também vale registrar a participação de parte do elenco do grupo no longa metragem Jardim das Folhas Sagradas, de Póla Ribeiro.

Em 2008, a montagem Ó Paí, Ó! , apresentada pelo Bando em 1992, transformou-se em uma série televisiva. O convite partiu do diretor de núcleo da TV Globo, Guel Arraes, após assistir à versão para o cinema da mesma peça, dirigida pela cineasta Monique Gardemberg. Sucesso de público, a série já teve duas temporadas na Globo.

A Tarde

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