Paginas

Olá, seja bem vindo(a)!
Este blog quer dar visibilidade e proporcionar a reflexão sobre cultura do Território Piemonte Norte do Itapicuru.
Para garantir que sua visita seja proveitosa e agradável, disponibilizamos abaixo algumas orientações, para evitar que você tenha dificuldade de acesso às informações.
>Para encontrar alguma matéria especificamente, vá ao campo pesquisa e digite uma palavra que sirva de referência;
>Para fazer algum comentário ou tirar alguma dúvida, vá ao campo comentário logo abaixo da matéria, e não se esqueça de se identificar (deixe seu email se quer receber mais informaçoes sobre o tópico em questão);
>Para acompanhar a agenda cultural do território, vá ao campo Agenda Cultural na parte inferior do blog;
Para encaminhar informações ou sugestões envie email para carlalidiane@yahoo.com.br
Aproveite o espaço!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Espetáculo argentino fecha com chave de ouro o terceiro Fiac


Eduarda Uzêda - Quem não assistiu ao espetáculo argentino Mi Vida Después, apresentado no último dia do Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac Bahia), no Teatro Vila Velha, deixou de ver umas das melhores atrações do evento.

No limite entre realidade e ficção, a engajada montagem provou que a Argentina, além do bom cinema,também possui um teatro vibrante, que tem o que dizer e que emociona.

Já no início da peça, as imagens são fortes e simbólicas. No palco nu, que apresentava apenas quatro luzes acesas (metáfora das salas de tortura), roupas masculinas e femininas eram jogadas de cima do teto para baixo. Não se via quem jogou.

No início, eram duas ou três peças, depois dez ou 20, até que caiu uma montanha de trajes, uma clara alusão às vítimas da ditadura argentina que foram barbaramente assassinadas.

Vítimas que eram colocadas em aeronaves e helicópteros e jogadas, ainda vivas, no Rio da Prata, ação conhecida como “voos da morte”.

A partir daí, entraram em cena seis atores nascidos no início das décadas de 1970 e 1980, que reconstruíram, por meio de relatos, a juventude de seus pais.

O texto e direção de Lola Arias (a partir de material original e colaboração com atores) tiveram o mérito de colocar em cena múltiplas vozes: não só as do filhos de revolucionários guerrilheiros.

No palco, os intérpretes, com veracidade, representaram as vozes dos filhos de pessoas ligadas à Igreja e ao Serviço da Inteligência, bem como as dos filhos dos militantes da Juventude Peronista e dos exilados.

Não faltou também a voz dos filhos de funcionários de bancos, que sofreram intervenção do militares.

O espetáculo ofereceu um painel, enfim, que refletiu sobre colaboração com regimes de exceção e resistência, mas, sobretudo, memória do passado, para reconhecimento do futuro.

Fiac A terceira edição do Fiac, que durante oito dias agitou a cidade com 25 espetáculos (seis internacionais, oito nacionais e 11 locais), acertou no caráter experimental e investigativo das montagens, embora, evidentemente, nem todas tenha agradado ao público.

Comida Alemana, do Chile, que também tratou da opressão, desta vez dos nazistas, mereceu aplausos pelo bom casamento de texto, direção e atores.

Já Los Santos Inocentes, da Colômbia, impressionou pela carga imagética(atores vestidos de mulheres, com horrendas máscaras e chicotes) e pelo teor de denúncia (eles representavam os paramilitares que assassinaram centenas de pessoas na festa de Los Santos Inocentes, que acontece em 28 de dezembro no povoado de Guapi). Esta festa lembra o dia que Herodes matou crianças indefesas Uma pena que não tenha funcionado o casamento de teatro evídeo.O vídeo se impôs e o que se passava no palco apenas reproduzia o que o espectador já estava vendo na tela. E com menor carga dramática.

Portugal O espetáculo de dança De Mim Não Posso Fugir, Paciência! não agradou a maior parte do público.

Sim, no primeiro momento eles representavam marionetes que eram manipuladas pela pianista. Mas ficou nisso.

Em compensação o espanhol Kamtchátka conquistou o público de rua.

Dos nacionais,o incensado Vida (Prêmio Bravo de Melhor Espetáculo) não arrebatou na última sexta-feira. Atores talentosos e versáteis, mas o espetáculo, em duas horas, apresentou problema de ritmo. Vale ressaltar o inteligente Corte Seco e o dinâmico É Só Uma Formalidade.

Entrevista com Estela do Patrocínio dividiu opiniões.
Uma Vez, Nada Mais e Se o Bonfim continuam maravilhosos.

A Tarde

Nenhum comentário: