Capital baiana é a cidade-sede de 2014 com maior número de denúncias de exploração de crianças e adolescentes
Dentre as 13 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, Salvador ocupa o primeiro lugar no ranking de denúncias de exploração sexual de jovens e adolescentes. Até outubro deste ano, foram contabilizadas 138 denúncias da prática criminosa, com base nos dados do disque-denúncia (100). Atrás de Salvador estão capitais como Rio de Janeiro, com108 denúncias, Fortaleza (88), São Paulo (76) e Manaus (71), segundo dados do Ministério do Turismo (Mtur).
Como objetivo de coibir este crime no período dos jogos mundiais, quando são esperados, pelo menos, 600 mil turistas estrangeiros e dois milhões de brasileiros transitando nas cidades-sede, o Mtur promoveu, ontem, a segunda das 13 oficinas programadas para a fase “pró-Copa” do Projeto de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo.
O evento ocorreu no Hotel Porto Bello,em Ondina, e teve como público-alvo empresários do setor de hotelaria e representantes do trade turístico, como agências de viagens, bares, restaurantes,empresas de transporte e guias turísticos.O setor é tido como o principal agente colaborador do projeto, conduzido pelo Programa Turismo Sustentável e Infância, do Mtur.
As oficinas serão realizadas em todas as cidades-sede da Copa 2014 e devem formar 390 agentes multiplicadores.
A psicóloga e coordenadora do programa, Elisabeth Bahia, explica que os hotéis que desejam receber os turistas em 2014 devem ser cadastrados e aderir à campanha, que começará este ano e deve ser permanente.
“Os hotéis podem colaborar, distribuindo cartazes, banners, exibindo o número para denúncias e sensibilizando os funcionários para que denunciem sempre que avistarem um possível caso de exploração sexual contra crianças e adolescentes”, informa Elizabeth.
O fato de Salvador ser a capital com maior número de denúncias, continua a coordenadora, não quer dizer, necessariamente, que seja a cidade onde mais ocorra o crime: “Os números podem mostrar que a população soteropolitana está mais consciente e sensibilizada. Mas isso é relativo”.
Segundo ela, a idéia é que a campanha seja contínua, ao contrário do que ocorre atualmente, quando campanhas só tomam força no período de Carnaval e festas populares.
Diretrizes O diretor adjunto do Centro de Excelência de Turismo da Universidade de Brasília (UNB), Domingo Spezia, espera que acampanha aumente o número de denúncias, não pela incidência, mas pela conscientização. “O turismo não é a causa da exploração, mas,sim, a conseqüência”, raciocina Spezia.
Garçons, taxistas, carregadores de bagagem, recepcionistas de hotéis, agenciadores, guias turísticos e a sociedade civil também deverão se tornar agentes multiplicadores.
Muitos deles permitem, ou omitem, casos de exploração sexual, chegand até a indicar aos turistas – numa tentativa de agradar – onde encontrar as vítimas. “É preciso sensibilizar e capacitar esses funcionários para que eles observem, percebam isso comoumcrime e denunciem”, acrescenta.
Viver Para a diretora do serviço Viver, de atenção a pessoas em situação de violência sexual, ligado à Secretaria da Segurança Pública, Débora Cohim, o turismo sexual ocorre pela imagem de que o Brasil é um país de liberalidades.
“Um recepcionista pode coibir a chegada de um estrangeiro com uma adolescente, exigindo documento que comprove responsabilidade sobre a vítima”, explica.
“Umtaxista pode se recusar a fazer ruma corrida quando suspeitar, e ainda pode denunciar”, ela acrescenta.
“Os estrangeiros, geralmente, perguntam aos funcionários do trade. Por isso, a importância dessa campanha”, destaca Débora.
“Um recepcionista de hotel pode coibir a chegada de um estrangeiro com uma adolescente, exigindo documentos”
Como objetivo de coibir este crime no período dos jogos mundiais, quando são esperados, pelo menos, 600 mil turistas estrangeiros e dois milhões de brasileiros transitando nas cidades-sede, o Mtur promoveu, ontem, a segunda das 13 oficinas programadas para a fase “pró-Copa” do Projeto de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo.
O evento ocorreu no Hotel Porto Bello,em Ondina, e teve como público-alvo empresários do setor de hotelaria e representantes do trade turístico, como agências de viagens, bares, restaurantes,empresas de transporte e guias turísticos.O setor é tido como o principal agente colaborador do projeto, conduzido pelo Programa Turismo Sustentável e Infância, do Mtur.
As oficinas serão realizadas em todas as cidades-sede da Copa 2014 e devem formar 390 agentes multiplicadores.
A psicóloga e coordenadora do programa, Elisabeth Bahia, explica que os hotéis que desejam receber os turistas em 2014 devem ser cadastrados e aderir à campanha, que começará este ano e deve ser permanente.
“Os hotéis podem colaborar, distribuindo cartazes, banners, exibindo o número para denúncias e sensibilizando os funcionários para que denunciem sempre que avistarem um possível caso de exploração sexual contra crianças e adolescentes”, informa Elizabeth.
O fato de Salvador ser a capital com maior número de denúncias, continua a coordenadora, não quer dizer, necessariamente, que seja a cidade onde mais ocorra o crime: “Os números podem mostrar que a população soteropolitana está mais consciente e sensibilizada. Mas isso é relativo”.
Segundo ela, a idéia é que a campanha seja contínua, ao contrário do que ocorre atualmente, quando campanhas só tomam força no período de Carnaval e festas populares.
Diretrizes O diretor adjunto do Centro de Excelência de Turismo da Universidade de Brasília (UNB), Domingo Spezia, espera que acampanha aumente o número de denúncias, não pela incidência, mas pela conscientização. “O turismo não é a causa da exploração, mas,sim, a conseqüência”, raciocina Spezia.
Garçons, taxistas, carregadores de bagagem, recepcionistas de hotéis, agenciadores, guias turísticos e a sociedade civil também deverão se tornar agentes multiplicadores.
Muitos deles permitem, ou omitem, casos de exploração sexual, chegand até a indicar aos turistas – numa tentativa de agradar – onde encontrar as vítimas. “É preciso sensibilizar e capacitar esses funcionários para que eles observem, percebam isso comoumcrime e denunciem”, acrescenta.
Viver Para a diretora do serviço Viver, de atenção a pessoas em situação de violência sexual, ligado à Secretaria da Segurança Pública, Débora Cohim, o turismo sexual ocorre pela imagem de que o Brasil é um país de liberalidades.
“Um recepcionista pode coibir a chegada de um estrangeiro com uma adolescente, exigindo documento que comprove responsabilidade sobre a vítima”, explica.
“Umtaxista pode se recusar a fazer ruma corrida quando suspeitar, e ainda pode denunciar”, ela acrescenta.
“Os estrangeiros, geralmente, perguntam aos funcionários do trade. Por isso, a importância dessa campanha”, destaca Débora.
“Um recepcionista de hotel pode coibir a chegada de um estrangeiro com uma adolescente, exigindo documentos”
Falta de investigação e pobreza favorecem casos de exploração
Das 1.150 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes registradas na Bahia pelo disque-denúncia (número 100, ligação gratuita) até ontem, 393 são oriundas de Salvador, conforme a promotora da Infância e Juventude, Márcia Guedes.
Ela explica que a violência sexual se divide em duas categorias: abuso e exploração sexual,esta última quando há pagamento ou negociação com as vítimas em troca do sexo. O abuso ocorre pela indução, ameaça, intimidação ou violência. “Os números de exploração estão se acumulando pelo fato de as delegacias não apurarem com celeridade as denuncias por falta de condições”, diz Márcia.
De acordo com a diretora do serviço Viver,de atenção às pessoas em situação de violência sexual, Débora Cohim, cerca de90casos de violência sexual chegam à instituição mensalmente – grande parte caracterizada como exploração sexual.
“No âmbito do abuso sexual, crianças e adolescentes de todas as classes sociais são as principais vítimas, mas a visibilidade maior é dada para as crianças de classe popular”, explica Débora.
No entanto, a maioria das vítimas de exploração sexual é de crianças e adolescente de classe popular. O motivo que leva as vítimas a se submeterem à exploração,entretanto, decorre de vários fatores, que podem ser questões de sobrevivência ou para serem inseridas numa sociedade cada vez mais consumista.
´Às vezes, essas crianças se submetem à exploração por uma questão de sobrevivência, em troca de comida e de dinheiro para os pais. Em outros casos, são incentivadas pela sociedade do consumo cada vez mais forte. Se doam em troca de roupas de marca, sapatos caros, aparelhos eletrônicos”, ela exemplifica.
Maciça Para Débora Cohim, a intervenção do poder público e entidades sociais precisa maciça, além do que o governo precisa investir pesado na capacitação das vítimas, incluindo as no mercado de trabalho para obter renda.
“É preciso a participação social e a capacitação dos vulneráveis, incluindo-os no mercado de trabalho. A intervenção atual é focada numa visão moralista. Não adianta dar apenas atendimento psicológico e oficinas, como corte e costura. É também uma questão de sobrevivência”, crê Débora A exploração é caracterizada quando há pagamento ou negociação em troca do sexo
Ela explica que a violência sexual se divide em duas categorias: abuso e exploração sexual,esta última quando há pagamento ou negociação com as vítimas em troca do sexo. O abuso ocorre pela indução, ameaça, intimidação ou violência. “Os números de exploração estão se acumulando pelo fato de as delegacias não apurarem com celeridade as denuncias por falta de condições”, diz Márcia.
De acordo com a diretora do serviço Viver,de atenção às pessoas em situação de violência sexual, Débora Cohim, cerca de90casos de violência sexual chegam à instituição mensalmente – grande parte caracterizada como exploração sexual.
“No âmbito do abuso sexual, crianças e adolescentes de todas as classes sociais são as principais vítimas, mas a visibilidade maior é dada para as crianças de classe popular”, explica Débora.
No entanto, a maioria das vítimas de exploração sexual é de crianças e adolescente de classe popular. O motivo que leva as vítimas a se submeterem à exploração,entretanto, decorre de vários fatores, que podem ser questões de sobrevivência ou para serem inseridas numa sociedade cada vez mais consumista.
´Às vezes, essas crianças se submetem à exploração por uma questão de sobrevivência, em troca de comida e de dinheiro para os pais. Em outros casos, são incentivadas pela sociedade do consumo cada vez mais forte. Se doam em troca de roupas de marca, sapatos caros, aparelhos eletrônicos”, ela exemplifica.
Maciça Para Débora Cohim, a intervenção do poder público e entidades sociais precisa maciça, além do que o governo precisa investir pesado na capacitação das vítimas, incluindo as no mercado de trabalho para obter renda.
“É preciso a participação social e a capacitação dos vulneráveis, incluindo-os no mercado de trabalho. A intervenção atual é focada numa visão moralista. Não adianta dar apenas atendimento psicológico e oficinas, como corte e costura. É também uma questão de sobrevivência”, crê Débora A exploração é caracterizada quando há pagamento ou negociação em troca do sexo
A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário