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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ildásio Tavares morre aos 70 ano


Hieros Vasconcelos - A Bahia perdeu, na tarde do dia 31, um dos seus principais artistas: o poeta, compositor e escritor Ildásio Tavares.

Aos 70 anos,ele morreu vítima de falência múltipla dos órgãos, após o agravamento de um acidente vascular cerebral (AVC), no Hospital Jorge Valente, onde estava internado desde o dia 27 de outubro. O sepultamento ocorreu na tarde de ontem, no Cemitério do Campo Santo, em Salvador.

Autor da primeira e única ópera afro-brasileira da Bahia, Lídia de Oxum, escrita em 1988,no ano do centenário da Abolição da Escravatura, o baiano de Fazenda São Carlos, hoje cidade de Gongogi, era um apaixonado pela cultura baiana, pela literatura portuguesa– fez pós-doutorado em Lisboa sobre a obra de Camões – e pela língua inglesa, tendo atuado como tradutor e professordeinglêsdurante19 anos. Publicou 42 livros, sendo 15 de poesia.

Como compositor, tinha parcerias com Baden Powell, Vevé Calazans, Gerônimo e Carlinhos Cor das Águas, e foi autor de 46músicas cantadas por Maria Bethânia, Maria Creuza, Toquinho e Vinícius de Moraes. Entre as mais famosas está Salve as Folhas, feita por ele e Gerônimo, e eternizada na voz de Bethânia.

Ele formou-se em direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 1962, e em seguida em letras, em 1969, quando passou a atuar na Revista da Bahia, juntamente com autores baianos, como Cyro de Mattos, Marcos Santarrita, José Carlos Capinam, Ruy Espinheira Filho entre outros. Na religião, era ogã do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e amigo da sacerdotisa da casa, Mãe Stella. Criativo e polêmico, era comparado com Gregório de Mattos e brigava contra o que chamava de hipocrisias literárias.

Depoimentos Para o diretor de teatro Paulo Dourado, Ildásio foi uma pessoa que acrescentou à história da literatura baiana e brasileira.

“Fiz com ele a ópera afro-brasileira Lídia de Oxum e foi um triunfo artístico para mim pessoalmente. Essa ópera foi uma marca da ousadia de Ildásio e é, provavelmente, a única ópera baiana até hoje”, declarou.

Amigo de Ildásio há mais de30anos,o também escritor baiano Hélio Pólvora lamentou profundamente a perda de um “intelectual verdadeiro e autêntico, dos quais sente se falta no Brasil”. “Ele era um agente cultural criativo e inquieto.Ele provocava em todo o meio literário e intelectual da Bahia uma espécie de tempestade. Lamento muito que ele não tenha sido eleito para a Academia de Letras da Bahia”, afirmou.

O presidente da Academia de Letras da Bahia e diretor geral de A TARDE, Edivaldo Boaventura, teve Ildásio como aluno no mestrado de direito e dentre inúmeras qualidades, destaca a poesia do autor. “A poesia dele marca muito. E ele cultivou bastante a literatura portuguesa,como seu trabalho sobre a lírica de Camões, que é único e definitivo.

Eu perco um grande amigo e também um parente, pois ele era meu primo. Tenho uma especial estima e profunda admiração pelo talento de Ildásio”, observou.

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